Proposta do Ipuf prevê instalação de playground, cafeteria, floricultura, livraria, lojas de artesanato e espaço para shows
Ana Maria assiste à performance de um artista de rua enquanto toma um café, ao lado de uma floricultura, uma livraria e uma loja de artesanato. Ali perto, Carmen leva o neto para ver o oleiro demonstrando como produz peças de barro. Em outro canto, Marcos brinca com seu filho no playground. Ao mesmo tempo, turistas fotografam índios fazendo e vendendo cestos de palha em um deque de madeira.
Esta é apenas uma cena imaginária, mas que pode se tornar real no Largo da Alfândega, na Capital, caso haja vontade política. Um projeto desenvolvido pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) para revitalizar o local está aguardando aprovação e priorização da prefeitura para ser aperfeiçoado e, depois, executado.
As ideias ainda serão discutidas com os atuais comerciantes e representantes indígenas. Mas o prefeito Dário Berger (PMDB), mesmo sem ver a proposta, já adianta que quer colocá-la em prática.
Apesar da relevância histórica, cultural e turística que tem para a cidade, o Largo da Alfândega está abandonado. Desde 1993, quando foi reinaugurada após uma revitalização, a área está em processo de degradação. Sem manutenção adequada, bancos, mesas de xadrez, banheiros e lojas estão quebrados ou sujos. Moradores de rua usam drogas, dormem e até defecam no lugar.
Pedestres passam assustados, pois contam já ter presenciado assaltos.
A arquiteta do Ipuf Jeanine Tavares, autora do projeto, explica que, para resolver a falta de segurança estão previstos sistema de monitoramento eletrônico, policiamento constante e melhor iluminação.
Região terá agenda de eventos permanente
Com essa questão solucionada, poderá ser implantada a parte arquitetônica, pensada também para aumentar a tranquilidade. Em alguns vãos entre as construções existentes no local serão colocadas coberturas e paredes de vidro sustentadas por estruturas metálicas brancas, cuja função é dar leveza e transparência às edificações do largo, que, no momento, possuem até grades, deixando o visual pesado. Esses espaços abrigarão novas atividades.
Uma agenda de eventos é outra estratégia para dar vida ao local. Algumas sugestões inclusas no projeto são feiras de antiguidades e artes, festivais de música e teatro, campeonatos de dominó e brechós.
Além disso, todos os equipamentos que já existem no local serão limpos, reformados e pintados.
(Por Anita Martins, DC, 19/08/2011)
Barcelona serviu de inspiração
A principal referência apontada no projeto do Ipuf é a cidade espanhola de Barcelona, onde ficam Las Ramblas, uma série de ruas com um calçadão de 1,2 quilômetro, que são uma atração turística e uma opção de entretenimento para os moradores.
O local abriga lojas, cafés, restaurantes e floriculturas, além de apresentações de mímicos, atores e músicos do mundo todo. Policiada, a região costuma ficar lotada até tarde da noite. Em Florianópolis, a arquiteta do Ipuf Jeanine Tavares aponta a Avenida Hercílio Luz e a Rua Vidal Ramos como exemplos.
– Depois da revitalização da Avenida Hercílio Luz, as pessoas desceram dos prédios e passaram a se encontrar ali. Esse é o sonho com o Largo da Alfândega. Na Vidal Ramos, roubaram as flores que colocamos. Mas vamos colocar de novo e de novo até as pessoas se familiarizarem com essas gentilezas. Precisamos delas nessa sociedade brutalizada em que vivemos – afirmou.
(DC, 19/08/2011)
Paulo Fontes tem projeto concluído
O projeto de revitalização do Largo do Mercado Público, na região da Avenida Paulo Fontes e do camelódromo, também no Centro da Capital, foi entregue nesta semana ao Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf).
Mas os detalhes das obras só devem ser divulgados dentro de duas semanas, quando estará pronta uma maquete virtual, de acordo com a diretora de Planejamento da entidade, Vera Lúcia Gonçalves.
O projeto foi desenvolvido pelo arquiteto e urbanista uruguaio Hector Vigliecca, que mora em São Paulo e ganhou o concurso público promovido pela prefeitura de Florianópolis em junho do ano passado.
Ele previu, como solicitado no edital, estacionamento subterrâneo para cerca de 400 veículos e um shopping popular com 158 lojas para substituir o atual camelódromo. Áreas de lazer, quiosques, bancos, sistemas de iluminação e telefones públicos também estão previstos.
(DC, 19/08/2011)