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Ponte Hercílio Luz: A obra que nunca acaba

Falta de dinheiro inviabiliza cronograma, que previa término até 2012
O governo Raimundo Colombo (DEM) nem bem começou e a Secretaria de Infraestrutura já bateu o martelo: a restauração da Ponte Hercílio Luz não sai no prazo prometido, maio de 2012. A realidade financeira mostrou ser inviável o cronograma do projeto iniciado no primeiro governo de Luiz Henrique da Silveira (PMDB), continuado por Eduardo Pinho Moreira, novamente por Luiz Henrique e, por último, Leonel Pavan (PSDB).

Aadministração que tomou posse em janeiro – composta pelos mesmos partidos do governo anterior – anunciou que a falta de recursos torna impossível manter o cronograma. O governo, agora, sequer fala em prazo.

O custo para terminar a restauração da ponte é de R$ 170 milhões – 48% dos R$ 350 milhões que a Secretaria de Infraestrutura tem para obras neste ano.

– Não dá para investir boa parte do nosso orçamento em uma ponte que não resolve o problema de mobilidade. Com o recurso necessário para reabri-la, é possível restaurar de 250 a 300 quilômetros de rodovia. A ponte é um monumento e precisamos buscar parcerias público-privadas e financiamentos da área de turismo e cultura para a obra – disse o secretário de Infraestrutura, Valdir Cobalchini.

O assunto será levado ao governador, em reunião ainda a ser marcada. Questionado sobre o que levou a administração de Luiz Henrique – da qual foi secretário de Coordenação e Articulação, equivalente à Casa Civil – a prever um cronograma curto para uma restauração tão cara, Cobalchini apenas afirmou:

– É melhor pensarmos para frente e buscarmos soluções para terminar a obra.

Vão central já deveria estar sustentado em dezembro

Em junho de 2010, o Diário Catarinense detalhou as etapas e os prazos de estaqueamento do vão central e das torres principais, com base nas informações fornecidas pelo então presidente do Departamento de Infraestrutura (Deinfra), Romualdo França. O cronograma apresentado na ocasião previa que a sustentação do vão central por uma estrutura provisória terminaria em dezembro. Vencida esta etapa, viria o estaqueamento das torres principais.

O problema é que apenas ontem foram retomados os trabalhos de estaqueamento do vão central, paralisados novamente em janeiro, quando o mergulhador Sandro José Erben Saes, 41 anos, morreu afogado durante vistoria para colocação das estacas.

O consórcio Florianópolis Monumento, responsável pelas obras, contratou uma nova empresa, a Starnort, de São Paulo, que conta com câmera de descompressão para aumentar a segurança dos trabalhadores – uma nova exigência da Marinha.

Segundo o engenheiro Cássio Magalhães, do consórcio, a colocação das 16 estacas só termina em setembro. Para que este prazo seja cumprido, os operários precisarão trabalhar 24 horas por dia, de segunda-feira a sábado. A instalação da sustentação sobre as fundações será o passo seguinte, tão trabalhosa quanto o procedimento atual. Mais uma prova que a restauração atrasaria de qualquer forma, com ou sem verba.

(ROBERTA KREMER, DC, 24/02/2011)

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