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O estacionamento é uma das piores formas de uso do espaço público

Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 15/12/2018)

Ativista por investimentos no sistema cicloviário e por mais segurança aos bikers, Fabiano Faga Pacheco afirma que a controversa proposta de proibição de estacionamento na Avenida das Rendeiras, com implantação de uma ciclovia, vai valorizar o espaço público, com benefícios “a turistas, moradores e o comerciantes”. A medida, sugerida pelo Ministério Público à prefeitura, está na fase de ajustes pontuais e deve ser anunciada oficialmente pelo prefeito Gean Loureiro (MDB) na semana que vem. Confira a seguir a entrevista com Fabiano, integrante da Amobici (Associação Mobilidade por Bicicleta e Modos Sustentáveis).

Qual sua opinião sobre a proposta de proibição de estacionamento de veículos na Avenida das Rendeiras, com implantação de uma ciclovia?
Fabiano Faga Pacheco – É um processo natural e que ocorre no mundo todo. É parte da valorização do espaço público, que é de todos. Então, esse espaço deve ser usado para servir da melhor forma ao coletivo. E o estacionamento é, francamente, uma das piores formas de se usar o espaço público. Ele prejudica a visualização da paisagem, ocupa um espaço descomunalmente grande, impede o usufruto para outras atividades e ainda emite poluentes, além de ser caro, tanto para o dono que o usa quanto para o gestor público que tem que lidar com o ônus coletivo, como a manutenção e conserto das vias e os traumas de trânsito. Assim, é normal que, numa orla visualmente valorizada como a da Lagoa da Conceição, seja proibido o estacionamento. Todos vão ganhar: o turista, o morador e o comerciante, que vai ter acesso a um público consumidor maior, que não está no carro e vai ter a calma de observar os produtos e serviços disponíveis.

Sob o ponto de vista da eficiência da malha cicloviária de Florianópolis, como considera essa ideia?
Fabiano Faga Pacheco – Desde o final dos anos 1990 há projetos conceituais do Ipuf para implantação de ciclovia na Lagoa da Conceição. No mesmo ano, inclusive, houve uma pedalada solicitando isso. Depois, houve o Movimento Ciclovia na Lagoa Já, que movimentou muitas pessoas durante vários anos. Hoje, o próprio Plamus prevê ciclovia na Lagoa. Quando você considera um projeto global, que leve em conta os deslocamentos das pessoas, você se dá conta que é inevitável que uma ciclovia seja instalada nas Rendeiras.. Sinceramente, além dos aspectos evidentes de mobilidade urbana, a ciclovia vai requalificar enormemente a paisagem a um custo ínfimo.

Como está a malha cicloviária de Florianópolis
Há 10, 15 anos, Florianópolis estava na vanguarda do que se tinha de melhor em malha cicloviária no país. Nesse ínterim, a cidade avançou pouco em questão de novas ciclovias. Com raras exceções, muitas das ciclovias construídas não tinham a mesma qualidade das anteriores.  Ou seja, pouco se fez e se fez mal. Faltou o planejamento global, justamente o que está sendo resgatado agora na decisão sobre as Rendeiras. Houve também uma fuga de cérebros: pessoas que estudaram cases de Floripa hoje projetam ciclovias em várias cidades de Santa Catarina e do Brasil. .Hoje temos um déficit gigantesco de estruturas cicloviárias. Comunidades tão díspares quanto a da Bacia do Itacorubi, a da Caieira da Barra do Sul, Rio Vermelho, Carianos e diversos bairros do Continente clamam por ciclovia como uma forma de amenizar seus problemas de mobilidade urbana e fornecer a uma parcela da população – na qual estão incluídas desde crianças, idosos e pessoas com mobilidade reduzida  – uma alternativa segura de deslocamento.

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