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Casan lacra ligações irregulares de esgoto no Campeche

Foi bem sucedida a ação de fiscalização às ligações clandestinas de esgoto realizada pela Casan nesta segunda-feira, 12, no Campeche, Sul da Ilha. As equipes identificaram e lacraram 18 ligações irregulares de imóveis à rede de coleta que foi assentada no bairro, mas ainda não está em operação. Além de ilegal, a infração causa mau cheiro e extravasamento do esgoto nas vias públicas, já que as redes não estão preparadas para receber os efluentes.

Segundo o engenheiro Gabriel Pessina, que coordenou os trabalhos, os técnicos foram, em geral, bem recebidos pelos moradores e ouviram várias denúncias espontâneas que foram verificadas pelas equipes. Na Travessa Iracema das Chagas Pires, por exemplo, que não estava mapeada para a vistoria, foram feitos dois lacres graças à denúncia de uma moradora.

Os moradores também demonstraram muita ansiedade para saber quando a rede poderá ser utilizada. A finalização da obra aguarda a construção da Estação de Tratamento de Esgotos do Rio Tavares para entrar em operação. A empresa Infracon, de Minas Gerais, venceu a licitação realizada pela Casan para construção da estação. Atualmente, o resultado da licitação e o contrato para execução das obras estão em análise pela Caixa Federal (órgão financiador do projeto) e Ministério das Cidades.

A unidade que será construída em terreno da Casan no Rio Tavares receberá investimento de R$ 34,8 milhões, permitindo que entrem em operação, em uma primeira etapa, quase 45 quilômetros de redes já implantadas no Campeche. O tratamento será do tipo terciário, considerado o mais completo. O prazo de construção é de 24 meses, e somente depois os moradores receberão orientação da Casan para fazer sua ligação à rede coletora.

As ações foram concentradas em vias onde foram detectados problemas de mau cheiro e extravasamento, para otimizar o trabalho das equipes. O serviço foi acompanhado por um caminhão hidro vácuo que já sugou dois pontos onde poços de visita do sistema apresentavam extravasamento.

“O trabalho é feito abrindo as caixas de inspeção e verificando de onde vem o esgoto clandestino. No momento em que uma situação desse tipo é identificada, notificamos o infrator e lacramos a saída clandestina de esgoto para a rede pública”, explica o engenheiro Sanitarista e Ambiental Francisco Pimentel, chefe do Setor Operacional de Esgotos da Casan em Florianópolis.

Naqueles imóveis onde os moradores não foram encontrados, a notificação será feita por carta registrada.

O mesmo trabalho foi realizado na semana passada no Itacorubi, quando foram identificadas e lacradas nove ligações irregulares. Em paralelo à fiscalização e aos lacres, profissionais da companhia se colocam à disposição de moradores para prestar informações, sanar dúvidas técnicas e orientar sobre a impossibilidade de ligar os imóveis à rede implantada no bairro, que ainda não está pronta para operar.

A vistoria tem respaldo da Resolução 046 da agência reguladora Aresc, que permite à Casan aplicar sanções a usuários que estiverem realizando alguma infração ou intervenção indevida no sistema público. A companhia, porém, não tem poder de polícia para acessar os imóveis, o que deve ser feito pelo Programa Floripa Se Liga na Rede, coordenado pela Prefeitura e Vigilância Sanitária.

“O morador só poderá fazer sua ligação à rede quando receber autorização da Casan. Antes disso, cada imóvel deve possuir tratamento individual, como por exemplo, fossa e sumidouro. Ligações às redes que não estão em operação trazem sérios prejuízos à qualidade de vida na cidade, além do mau cheiro que se espalha pela região”, complementa Pimentel. Além disso, pode gerar extravasamentos de esgoto nos pontos mais baixos da rede.

Orientações para regiões com redes de esgotos que não estão em operação:

– Moradores devem ter seu tratamento individual de fossa e sumidouro

– Faça periodicamente a manutenção de seu sistema individual. No caso de fossa, limpeza com auxílio de caminhão auto vácuo devidamente regularizado

– A caixa de gordura também deve ser limpa periodicamente, no máximo a cada 6 meses ou menos, dependendo do uso

– No caso de serviço por caminhões limpa-fossa, o prestador pode limpar também a caixa de gordura

– No caso de limpeza manual, o material sólido retirado da caixa de gordura deve ser colocado em um saco de lixo e descartado junto aos demais resíduos coletados pela Comcap

– No caso de estabelecimentos como restaurantes, a frequência de limpeza deve ser bem maior, em alguns casos até toda semana

(Deolhonailha, 13/12/2016)

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