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Casan assume culpa, divide-a com chuva e moradores e quer despoluir Rio do Braz

A Casan assumiu parte da culpa pela poluição do Rio do Braz, em Canasvieiras, no Norte da Ilha de Santa Catarina, mas dividiu as responsabilidades com a chuva e moradores. O presidente da companhia, Valter Galina, afirmou nesta quinta-feira (11) que a água da chuva desviada de forma criminosa pela comunidade para a rede de esgoto fez com que a capacidade da estação de tratamento local fosse ultrapassada, acionando os extravasores, que liberaram o excedente para os rios do Braz e Papaquara.

Galina exibiu à imprensa foto de rua de Canasvieiras com a tampa da rede de esgoto suspensa com madeiras para dar vazão à água da chuva acumulada. Além disso, segundo o presidente da Casan, 326 residências de Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus conectam a água da chuva direto na rede de esgoto, assim como vários estabelecimentos comerciais. “A Casan fez uma estação para tratar esgoto, não para tratar água da chuva”, reclamou.

Para resolver o problema, de acordo com Galina, somente uma ação coordenada entre órgãos da prefeitura, do estado e a Casan. “Queremos coordenar essa ação, vamos propor isso ao prefeito Cesar Souza Junior, já temos uma reunião agendada”, informou o presidente da Casan, que listou entre os órgãos que precisam se engajar na ação a Secretaria Municipal de Obras, Floram, Guarda Municipal, Vigilância Sanitária e Fatma. “Queremos assumir a coordenação, mas todos os atores têm de estar comprometidos, inclusive as associações de moradores”, avaliou.

Para evitar que o problema se repita na temporada 2016/2017, a Casan licitará ainda em março uma estação de tratamento compacta para atuar sempre que a capacidade da estação de tratamento local for superada. “Vai custar R$ 8 milhões e estará pronta para funcionar em dezembro. Não vamos correr mais esse risco”, anunciou Galina.

Balneabilidade x chuva

Por outro lado, Galina eximiu a Casan de culpa pela quantidade de pontos impróprios para banho nas praias catarinenses. Conforme descreveu o presidente da empresa, a chuva é a responsável pela poluição constatada pela Fatma. “É cocô de cachorro, de cavalo, de outros animais, tudo quanto é tipo de lixo jogado nas ruas, para onde vai quando chove? Para a praia”, afirmou Galina.

Ele citou o caso de Santos (SP), que possui 100% de rede de esgotamento sanitário e mesmo assim constatou pontos impróprios para banho em toda extensão da praia. “Acontece quando chove em grande quantidade”, ponderou Galina. Também citou o exemplo da praia da Saudade, em Coqueiros, outrora poluída e atualmente própria para banho. “Lá tem rede de esgoto e 100% dos moradores fizeram a ligação correta”, comparou.

Extravasores e emissários submarinos

Galina revelou que a Casan pretende reunir-se com o Ministério Público Estadual, com a Fatma e com a Prefeitura de Florianópolis para definir os locais em que serão implantados os extravasores da estação de tratamento do Norte da Ilha. “Daí vamos informar a comunidade”, avisou.

Quanto aos emissários submarinos, Galina explicou que o emissário do Sul da Ilha, que será implantado no Campeche, já está na fase de estudos e relatório de impacto ambiental (EIA/Rima), enquanto o emissário do Norte da Ilha ainda não tem local definido. “Pode ser nos Ingleses, Cachoeira ou Canasvieiras”, contou Galina.

Investimentos na temporada

De acordo com o relatório apresentado à imprensa, a Casan investiu R$ 50 milhões em ações na chamada “Operação Verão”. O investimento mais significativo foi a construção do flocodecantador, que custou R$ 24 milhões e entrou em funcionamento dia 20 de dezembro, na Grande Florianópolis.

“O equipamento melhorou a qualidade da água, reduziu turbidez e aumentou a vazão em 50%. A água decanta e depois vai para o sistema de tratamento bem mais limpa”, informou Galina. O aumento da vazão proporcionou regularidade na oferta de água na Ilha de Santa Catarina. “Um fato inédito nos 44 anos da empresa”, comemorou o presidente da Casan.

(Agência ALESC , 11/02/2016)

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