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Encantos e oportunidades da Capital despertam paixões e fazem surgir novos negócios

O sonho do casal Liza Rossi e Eric Thompson, ela goiana e ele americano, era ter um spa. Depois de viverem oito anos em Los Angeles, eles decidiram mudar de vida e investir no Brasil. Voltaram a Goiânia, compraram um carro e começaram uma verdadeira peregrinação em busca do lugar ideal para morar, ter uma família e trabalhar. A única exigência era que a cidade escolhida estivesse no litoral. Florianópolis foi a primeira parada, seguida do litoral paulista, fluminense e nordestino. Depois de muito viajar, optaram por Florianópolis e há três anos são os donos de um spa na Lagoa da Conceição.

Casos como o do casal estão cada dia mais frequentes em Florianópolis. Pessoas que vem à Capital para visitar, apaixonam-se pela cidade e decidem morar e investir no negócio próprio na região. Qualidade de vida, possibilidade de bons negócios e estar perto da praia são itens decisivos antes de fazer as malas e os investimentos.

O caso é tão forte que na empresa de assessoria empresarial Pool, 60% das pessoas que procuram por um novo negócio na Grande Florianópolis são de fora do Estado. Deste montante, 30% vêm de outros países. “O modelo sócio-econômico de Santa Catarina atrai os investidores de fora. Normalmente essas pessoas veem as oportunidades do mercado que às vezes quem está aqui não percebe”, afirmou o diretor da empresa, Nelson Ambros.

“Nos apaixonamos de cara por Florianópolis. A energia do lugar nos conquistou”, contou Eric que em Los Angeles trabalhava com cinema. Foi lá que ele conheceu o ator brasileiro Rodrigo Santoro, durante a gravação de um filme. Em uma conversa sobre o mercado de negócios no Brasil, Santoro enfatizou a qualidade de vida em Florianópolis. “Ele me disse para vir a Floripa que era o lugar ideal para trabalhar e ter minha família”.

Setor de tecnologia ganha espaço

O mercado da Grande Florianópolis está de portas abertas para segmentos como comércio, gastronomia e também tecnologia. “A Capital parou de ser lembrada apenas pelo turismo. Hoje muitas pessoas nos procuram querendo investir em áreas tecnológicas”, assegurou o diretor da Pool, Nelson Ambros. A empresa atua diretamente para orientar os empresários na compra de negócios que estão à venda. “Normalmente as pessoas de fora que nos procuram se encantam primeiro com a qualidade de vida. Eles vêm para visitar e depois decidem que é aqui que querem morar”, contou.

Situação vivida pelo alemão Manuel Rohe, que veio no fim do ano de 2004 para visitar o pai, que se casou com uma catarinense. “Me encantei com o estilo de vida daqui e também pela cultura que no Vale do Itajaí, que é muito semelhante com a da Alemanha”, lembrou. A soma dos benefícios fez com que Manuel optasse em se mudar para Florianópolis. Estudou administração, aprimorou o português e agora trabalha como coordenador de projetos de uma marca de andaimes, investimento de um empresário alemão. “Acredito que estou no lugar certo e na hora certa”, comentou o alemão que conhece outros estrangeiros investindo na Grande Florianópolis.

Mão de obra desafia empreendedor

Depois de fazer faculdade de engenharia mecânica na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e casar-se com uma catarinense, Rogério Baulé, mudou-se para o interior de São Paulo, Estado onde nasceu. O trabalho em uma montadora multinacional durou 25 anos, até que a mulher de Baulé passou em concurso para trabalhar em Florianópolis. “Foram dois anos vindo para Florianópolis nos finais de semana, até que eu decidi que deveria morar aqui perto da minha família”, lembrou Baulé. As idas e vindas cansaram o engenheiro que optou por lagar tudo em São Paulo para apostar na Capital Catarinense.

Aideia era transformar-se em um empresário. Para isso, fez curso de administração antes de começar a procura por um investimento seguro. “Pensei que eu deveria procurar por um negócio na área que eu conheço, que é o segmento automotivo”, comentou. Com essa ideia na cabeça, ele começou a procura por uma empresa à venda. Conheceu a Courotec, empresa que realiza a colocação de couro em bancos de carro. “Estou há três meses com a Courotec, mas todo o trabalho de conhecimento e negociação da empresa começou há mais de meio ano”, lembrou.

Apesar de estar na área que gosta de atuar, Baulé sente na pele os problemas que já afligem os empresários locais. A falta de mão de obra é um dos empecilhos do setor escolhido. “Fui alertado por outros colegas que seria difícil”, disse Baulé, que conta com 20 empregados, mas está sempre selecionando novos. “A rotatividade é muito grande no setor”, concluiu.

Pouco tempo para desfrutar dos atrativos da cidade

O fato de morar perto da praia é um dos itens que motivam a vinda das pessoas de outras cidades e países para Florianópolis. Entretanto, quem fez essa aposta alerta: o trabalho consome o tempo dos mergulhos no mar.

O casal de empresários Liza Rossi e Eric Tompson decidiu morar na praia Mole, há poucos minutos do spa, localizado na Lagoa da Conceição. “Agora que a empresa ainda está no começo, o jeito é concentrar ao máximo nos negócios. Todos os dias passamos pelo morro da praia Mole e já nos satisfazemos só em ver a beleza do lugar”, garantiu Liza.

Conhecendo o trânsito complicado da Capital, o empresário Rogério Baulé optou por trabalhar no continente e morar no Centro. “Assim eu pego o fluxo contrário do trânsito”, apontou Baulé, que assim como os donos do spa, tem pouco tempo para aproveitar as belezas da Ilha. “Mas sempre dá para reservar um pouco do tempo para uma caminhada na Beira-mar”, contou, sem esconder o entusiasmo com as belas paisagens da cidade. Para o assessor empresarial Nelson Ambros, muitas pessoas chegam a Florianópolis com uma ideia de negócio e com a desculpa de morar à beira do mar. “Aqui ou em qualquer outro lugar é necessário trabalhar muito”, aconselhou.

Migração tende a aumentar

O fluxo de pessoas vindas de outros lugares do país e do mundo deve aumentar nos próximos anos. Para Nelson Ambros, eventos como a Copa do Mundo e a Copa das Confederações devem atrair mais investidores para a região, mesmo que a Grande Florianópolis não sedie nenhum jogo.

“Um nicho de mercado a ser explorado, principalmente por estrangeiros, é o de escolas de línguas. Com os grandes eventos, muitas pessoas vão querer aprender um novo idioma nos próximos anos”, assegurou Ambros. Segundo ele, italianos, portugueses, franceses e americanos são as nacionalidades que mais procuram Florianópolis para viver e trabalhar.

Assim que uma pessoa interessada em um novo negócio chega até a empresa de assessoria empresarial, Ambros realiza todo o estudo do perfil do interessado. “Não adianta ter uma empresa no ‘oba oba’ porque aquele segmento está dando dinheiro ou está em alta. É necessário ter um pouco de conhecimento no assunto e também gostar do que se faz”, aconselhou. Além de avaliar o investidor, a assessoria também estuda a empresa que está à venda. “Entregamos à pessoa que quer efetuar a compra, planilhas de gastos e lucros, além de uma situação completa da empresa que está no negócio”, confirmou.

(Por Gabriel Rocha, ND, 26/01/2013)

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