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Armação do Pântano do Sul, em Florianópolis, está à espera de obras

A campanha eleitoral pela sucessão na prefeitura é a última cartada para pescadores, comerciantes e lideranças comunitárias da Armação do Pântano do Sul, que desde a ressaca de 2010 esperam a recuperação da orla destruída pelo mar. A expectativa é pela liberação emergencial de R$ 600 mil para urbanização de 600 metros de enroncamento, a proteção de pedras erguida para tentar conter a força das grandes marés. O projeto que prevê aproveitamento do trecho aterrado para construção de calçadão, ciclovia, bancos e deques está na mesa do secretário municipal de Governo, José Nilton Alexandre, o Juquinha, e depende do parecer final do prefeito Dário Berger.
A intenção, segundo Sérgio Aspar, vice-presidente do Conselho Comunitário e de segurança da Armação, é estar com tudo pronto na próxima temporada de verão. “Trata-se de obra política, e vamos continuar pressionando para garanti-la ainda no orçamento deste ano”, diz. Na prefeitura, porém, não há previsão de liberação imediata do dinheiro.
A obra mais importante para a Armação, no entanto, depende do governo federal. Trata-se do engordamento, ou alargamento, da faixa de areia, que chegou a ser contemplado com R$ 16 milhões no orçamento da União de 2011, mas foi engavetado por falta de projeto e EIA-RIMA (Estudos para Relatório de Impactos ambientais). Na carona das promessas eleitoreiras, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT), encaminhou novo pedido ao Ministério do Turismo, atualizado em R$ 19 milhões. Inclui estudos sobre as interferências no sítio arqueológico formado pela Ilha das Campanas, na orla ocupada pelas ruínas do casario da antiga armação de caça e no cemitério de baleias submerso na enseada, defronte à capela de Sant’Anna e São Joaquim, padroeiros do lugar.
Já existe um esboço pronto, prevendo alargamento do trecho de 1.650 metros da praia e melhor proteção ao ancoradouro das embarcações de pesca e passeios turísticos, com utilização de tubos para fixação do material. A areia seria transferida dos bancos localizados defronte à ilha das Campanas, com utilização de draga oceânica para deslocamento de 255 mil metros cúbicos de areia. Otimista, Sérgio Aspar diz que, a previsão é de dois anos de trabalho ininterruptos, depois de vencida as etapas burocráticas para liberação do dinheiro. Antes, porém, o líder comunitário considera prioritários o desassoreamento e a implantação da rede de esgoto para salvar o rio Sangradouro
Turismo de observação é só ideia
Perseguidas e abatidas a arpões recheados de dinamite do século 18 a 1960, as baleias francas nunca foram cogitadas como alternativa de renda aos pescadores artesanais da Armação, a maioria praticamente à míngua diante da atual escassez de tainhas e anchovas nas redes. Tampouco, como forma de resgatar o turismo na praia e, principalmente, promover uma espécie de conciliação entre a própria espécie e os homens que tiram o sustento do mar.
O turismo de observação na APA (Àrea de Preservação Ambiental) da Baleia Franca, hoje restrito ao Sul do Estado, seria uma forma de os pescadores locais adaptarem suas embarcações e trocarem as redes por passeios turísticos também no inverno. “É uma boa ideia. A pesca está negando e o turismo, se a praia não for refeita em breve, logo também estará condenado. E, se não houver outra opção, muita gente terá que vender as embarcações”, admite Darci Floriano Vieira, 69, pescador aposentado que no verão reforça o orçamento como guia turístico. Seu primeiro trabalho, ainda na adolescência, foi cortar e frigir toucinho para produção de óleo de baleia. Por isso, para a maioria dos moradores da Armação com idade superior a 50 anos, ainda hoje, as francas são encaradas como inimigas. “Elas arrebentam as redes e comem a maior parte dos peixes malhados”, argumenta.
(ND, 29/07/2012)

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