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Turismo desordenado

Artigo escrito por C.A. Silveira Lenzi – Desembargador apostentado (DC, 02/02/2012)

Colho no livro de Antônio Pereira Oliveira História do Turismo em Florianópolis transcrições de artigos de minha autoria no jornal A Gazeta desta Capital em 1967. Neles, já abordava deficiências comprometedoras para as nossas pretensões turísticas. À época, a única ligação entre Ilha e Continente era a Ponte Hercílio Luz, com piso e trilhos de madeira, que exigia habilidade dos motoristas nos dias e noites de vento Sul e chuva. No ano seguinte, foi colocado asfalto. Praias acessíveis e da moda estavam no Bairro de Coqueiros (Saudade, Praia do Meio, Itaguaçu e Bom Abrigo), e a bela Lagoa da Conceição, com seus rústicos restaurantes de rodízios de frutos do mar. As do Norte e Sul da Ilha, com estradas precárias, eram habitadas por pescadores e agricultores manés, com poucas casas de veraneio.

A partir de 1972, turistas de São Paulo e Rio chegavam, e em 1974 começaram a aparecer argentinos e uruguaios. Em 1978 era um dos “lugares turísticos mais procurados do Brasil, quase 200 mil visitantes”. Os anos seguintes, até hoje, é o que sabemos, a crescente, indiscriminada e predatória presença de turistas, que enfrentam a falta de organismos oficiais profissionalmente planejados para melhor incrementar nossas potencialidades. Ruas e estradas da Ilha são as mesmas de 50 ou mais anos, ressalvadas as rodovias 401, ao Norte, o túnel da Expressa Sul e o remendo que vai para o Ribeirão e Campeche.

Jurerê Internacional, Canasvieiras e Ingleses têm trânsito caótico, sem policiamento na passagem do fim de ano e mesmo depois, com veículos estacionados em ambos os lados das ruas, na frente de garagens, sem respeito ou urbanidade. Casas noturnas e residências locadas a turbas de turistas produzem som altíssimo à noite, sem que a polícia, acionada, apareça. A Rodovia Maurício Sirotsky Sobrinho, no sentido de Jurerê, foi trancada algumas vezes para os moradores e turistas locatários para favorecer uma empresa particular nos seus shows do Music Park, faturando alto.

A cidadania de Florianópolis está refém deste turismo caótico, predador, desordenado e, infelizmente, sem perspectivas.

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