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Obras no CIC estão paradas

Empreiteira responsável pelas melhorias retirou-se do espaço, mas FCC anuncia liberação de parte do prédio em dezembro

As reformas do Centro Integrado de Cultura (CIC), fechado desde março de 2009, foram interrompidas. A obra prevista para ser executada em 240 dias já se arrasta por um ano e sete meses. No prédio, reina o silêncio. Desde que os trabalhos de recuperação do prédio começaram, os titulares da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) garantiram seis vezes que o CIC seria totalmente reaberto.

N a terça-feira, o presidente da FCC, Ubiratan de Alencastro, informou que o governo do Estado vai liberar R$ 2,7 milhões em três parcelas. A promessa agora é reabrir parte do CIC em dezembro. O Teatro Ademir Rosa, principal espaço cultural do Estado, permanece sem data para reabrir.

Mesmo com nova verba liberada e o retorno da Salver Empreiteira, de Ituporanga, que, segundo Alencastro, retirou-se do espaço, o prazo será difícil de ser cumprido. Pelo projeto, a obra deveria ser concluída em oito meses. Um ano depois do primeiro prazo, ainda há muito que ser feito. E para cumprir o novo prazo, tudo o que falta teria que ser executado em três meses.

Além do tempo, há outro problema: o prédio está em xeque-mate. O CIC, principal equipamento cultural de Santa Catarina, abriga o Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), o Museu da Imagem e do Som (MIS), o Teatro Ademir Rosa, oficinas de arte, salas de exposições, cinema e administração. Para começar as obras, o prédio foi dividido em duas alas. O primeiro espaço a ser fechado e receber reparos foi a ala esquerda, onde estão Masc, oficinas, teatro e hall de entrada. Os equipamentos destes setores foram transferidos para a ala direita.

Quando foi concluída a obra do Masc, renovada a rede elétrica e instalado o ar-condicionado central, tudo o que estava na parte direita foi transferido para o único local concluído, o Museu de Arte. Em março deste ano, a ala direita deveria receber as melhorias para que a administração desocupasse o Masc, liberando o espaço para a reabertura, mas foi ocupada pela Mostra Casa Cor durante 37 dias. Na época, a presidente da FCC Anita Pires informou que a mostra de decoração não iria atrapalhar o cronograma dos trabalhos. De acordo com ela, a Casa Cor deixaria as obras realizadas pelos arquitetos. Ou seja, precisaria de reparos mínimos. Ao final da mostra o que ficou pronto foi a Sala Lindolf Bell e um banheiro. O local foi entregue sem condições de receber a administração.

(Por JACQUELINE IENSEN, DC, 07/10/2010)

O maior palco de SC virou depósito

Entrar no Teatro Ademir Rosa é como estar num trem fantasma. O teatro que abrigou shows e espetáculos dos principais artistas que passaram por Florianópolis, hoje cheira a abandono. As cadeiras estão empoeiradas, as luzes funcionam parcialmente, as cortinas se deterioram, o palco foi lotado com os equipamentos das oficinas. Há um amontoado de quadros (trabalhos experimentais) pintados pelos participantes das aulas e que não foram retirados pelos seus autores. A forração está se esfarelando. Parte das madeiras do palco foi arrancada.

(DC, 07/10/2010)

Em hibernação

Apesar das dificuldades que o CIC tem pela frente, a diretora do Masc, Lygia Roussenq, está animada. Único espaço concluído, o museu se prepara para ser reaberto. Funcionários especializados fazem, no momento, um inventário das 1.776 obras. Enquanto a bibliotecária Paula Cristina Delfino manipula e fotografa a peça, uma estagiária confronta e acrescenta dados ao catálogo existente. As informações vão constar no 3º Indicador Catarinense de Artes Plásticas.

O acervo está em local seguro, com equipamentos que regulam e controlam a temperatura e umidade do ar, obedecendo aos padrões internacionais de conservação.

(DC, 07/10/2010)

Desacordo entre os presidentes

Ubiratan de Alencastro, que ocupa o principal posto da Fundação Catarinense de Cultura há cinco meses, se diz desolado com a situação. Declara-se sem poder para decidir sobre o futuro da obra e acusa a gestão da ex-presidente, Anita Pires, de ser a responsável pelo verdadeiro impasse em que se tornou o CIC.

Anita saiu da FCC quando o ex-governador Luiz Henrique da Silveira e o ex-secretário de Turismo, Cultura e Esportes, Gilmar Knaesel, deixaram seus cargos para concorrer às eleições deste ano. Alencastro, que assumiu a função, critica o trabalho da ex-presidente da FCC e diz que o CIC está travado porque a execução do projeto foi mal gerenciada desde o início (há um ano e oito meses).

– Foi um equívoco ter começado a reforma do CIC. A antecessora mandou a empreiteira adiantar parte da obra. Só que não tinha orçamento e não houve planejamento adequado – afirma Alencastro.

A licitação correspondente à primeira etapa da reforma previa um orçamento de R$ 6,5 milhões. O dinheiro não foi suficiente para os reparos e foram necessários dois aditivos ao contrato que somam R$ 1,9 milhão. Ubiratan acusa a ex-presidente de ter assinado dois aditivos sabendo que não havia orçamento.

– Não poderia ter sido feito aditivo – salienta Alencastro.

Anita Pires reage:

– É mentira. Todos os aditivos e tudo o que diz respeito à obra foram negociados com a secretaria da Fazenda, que é quem aprova – rebate Anita Pires.

A ex-presidente da FCC destaca que não teria como aprovar nada porque a Fundação não tem orçamento próprio. Ela explica que os recursos para a manutenção da instituição vêm do Funcultural e do Fundo Social da Secretaria da Fazenda.

Alencastro informa também que a empreiteira retirou seus funcionários do CIC porque não recebeu o pagamento de obras já realizadas. A empreiteira Salver não quis se manifestar sobre o assunto.

Etapas inicialmente previstas para 2009

– Pelo projeto, a primeira fase de recuperação do CIC contempla a parte de infraestrutura do prédio: Masc, oficinas, hall de entrada, bilheterias, café e espaço de convivência. A obra já consumiu R$ 6,5 milhões e receberá outros R$ 2,3 milhões.
– A segunda será a renovação total do Teatro Ademir Rosa e da sala de cinema. A licitação está sendo contestada pelos participantes. Os dois projetos estão orçados em R$ 7 milhões.
– A última etapa seria a reforma do espaço onde será instalada a área administrativa, mesmo local onde funcionou a Casa Cor. O valor da obra não foi informado.

(DC, 07/10/2010)

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