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Controvérsias trazem incertezas para questões climáticas

Enquanto países discutem as metas de redução de emissões para se lidar com o aquecimento global, as pesquisas trazem cada vez mais incertezas sobre o tema. Na última semana, estudos revelaram que três dos efeitos previstos podem não ser tão catastróficos quanto se imaginava. Ao mesmo tempo, o um dos economistas mais respeitados do mundo, Nicholas Stern, afirma que subestimou os efeitos do aquecimento no relatório em que apontou os impactos econômicos das mudanças climáticas.
A notícia tranqüilizadora veio com o resultado de estudos que demonstram, por exemplo, que o derretimento na superfície das geleiras da Groelândia tem sim um efeito substancial na dinâmica do manto de gelo, mas que isso pode não produzir grandes instabilidades que levem ao aumento do nível do mar.
Outra novidade é descoberta de uma espécie de fitoplâncton (que ajudam a seqüestrar carbono do mar) que fica maior quando mais CO2 é dissolvido na água. Isso significa que o aumento da acidez da água não necessariamente prejudique a ação dos organizamos marinhos.
Um terceiro estudo comprova que não há relação entre o maior aquecimento dos oceanos (que aumenta a concentração de vapor na atmosfera tropical) e o aumento no número total de furacões. O cientista climático Kevin Trenberth diz que há boas razões para se crer que haverá menos furacões, mas eles serão mais intensos quando ocorrerem.
Na contramão dessas descobertas, o economista Nicholas Stern, autor de famoso Relatório Stern – que relacionou os impactos econômicos a serem causados no planeta pelas mudanças climáticas – alertou que as previsões que fez sobre os efeitos do aquecimento global estavam subestimadas. Segundo ele, as mudanças climáticas representam uma ameaça muito maior do que se pensava.
Na última semana, Stern disse que suas descobertas científicas mostraram que as emissões de gases do efeito estufa estavam causando mais danos do que o suposto em 2006 – quando preparou o estudo para o governo. Para comprovar isso, o economista cita o relatório do IPCC e as novas pesquisas que indicam oceanos e florestas absorvendo menos CO2 do que o esperado.
Stern diz que as novas descobertas justificam o seu relatório, criticado por céticos e por economistas que diziam que ele estava exagerando os estragos possíveis. “As pessoas que me julgaram alarmista estavam profundamente erradas”, afirma.
“As emissões estão crescendo muito mais rápido que havíamos pensado, a capacidade de absorção do planeta é menor que havíamos pensado, os riscos dos gases do efeito estufa são potencialmente maiores do que as estimativas mais cautelosas e a velocidade das mudanças climáticas parece ser mais rápida”, justifica.
O Relatório Stern foi creditado por mudar o debate sobre as mudanças climáticas de um foco ambiental para o de impactos econômicos. O documento dizia que o aumento de fenômenos extremos, juntamente com problemas relacionados com agricultura, água, doenças e migração em massa, poderiam fazer com que o aquecimento global custasse até 20% do PIB mundial, sendo os países mais pobres os mais afetados. O custo para lidar com o problema, afirmou Stern, poderia ser limitado em aproximadamente 1% do PIB, no caso de se iniciar as ações em uma escala de 10 a 20 anos.
Em outubro do último ano, cientistas alertaram que o aquecimento global “será mais forte e virá mais rápido do que o esperado”, depois que novas analises demonstraram que o CO2 estava se acumulando na atmosfera muito mais rapidamente do que o previsto. Especialistas dizem que o aumento estava parcialmente relacionado com o crescimento econômico da China.
(Sabrina Domingos, Carbono Brasil, 22/04/08)

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