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Artigo de Marcelo Szpilman – Biólogo Marinho e escritor (Portal do Meio Ambiente, 13/03/08)
No rastro dos debates das grandes questões ambientais, como sempre acontece, logo surjem os Oportunistas da Ecologia surfando a onda com criativos produtos e belas campanhas de marketing. Como a bola da vez é o Aquecimento Global e as Mudanças Climáticas, a onda agora é prometer compensar (ou neutralizar) as emissões de carbono e gases do efeito estufa com o “mágico” plantio de árvores.
Como Slogan, é muito bonito e reconfortante dizer que o plantio de árvores neutralizará totalmente as emissões de carbono de um evento ao público ou as emissões dos gases de efeito estufa de seu carro. Mas será que é verdade?
Ainda que essas promessas possam ter-lhe convencido, e trazido algum alívio para a consciência pesada, pare por alguns instantes e pense. Resgate seu bom-senso. Em primeiro lugar, tenha a exata noção da seguinte premissa: se todos nós quisermos seguir esse mesmo caminho “preservacionista”, não haverá área suficiente para plantar todas as árvores necessárias. O que significa dizer que essa não é uma solução viável.
Mas tudo bem, vamos admitir que somente um parte seguirá esse caminho. Nesse caso, qual é a garantia que você tem de que a empresa responsável irá plantar as mudas das árvores? Quais espécies serão plantadas e em que áreas? Quem delas irá cuidar durante os longos 20 ou 30 anos que levarão para tornar-se adultas? Ou você não sabia que no cálculo que aponta o número de árvores necessárias para neutralizar suas emissões gasosas, ou seja, para concretizar a prometida compensação, utliza-se o coeficiente de captura de CO2 da árvore adulta?
E mais, dependendo da espécie, esse coeficiente será bem diverso. Quem lhe garante também que suas árvores chegarão à vida adulta? Aliás, quem lhe garante que a empresa responsável (contratada) pelo plantio estará viva e cuidando da suas árvores daqui há 20 ou 30 anos? Infelizmente, você não obterá respostas satisfatórias a todas essas dúvidas.
Não está-se falando aqui, e é bom que fique bem claro, dos programas e projetos de recomposição da mata nativa e de reflorestamento. A recuperação das áreas degradadas, especialmente nas encostas dos morros e entornos de rios e mananciais, e o replantio feito pela indústria de papel e celulose são ações que devem sempre ser incentivadas e apoiadas.
Entretanto, se até o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) critica o forte apelo de marketing das campanhas de Carbono Zero, o caminho não pode ser o insidioso discurso: “continue consumindo e gerando emissões de carbono sem preocupações; nós limparemos sua barra plantando árvores”. Seria ótimo para todos nós se pudesse ser assim. Mas não é.
Não há outro caminho sustentável senão o bom-senso, o consumo consciente, a preservação dos recursos naturais e a reciclagem dos resíduos. Pense nisso! Não se deixe levar por soluções oportunistas e milagrosas.
Associe-se, contribua e participe de ações, entidades e projetos atuantes e respeitados por seu longo e verdadeiro trabalho em favor da natureza.

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