A Prefeitura de Florianópolis apresentou na manhã desta segunda-feira, 9, em audiência pública no Tribunal de Contas do Estado, na Capital, as diretrizes da proposta de novo sistema público de passageiros da cidade. As informações são da Secretaria de Comunicação da Prefeitura. Para ler a íntegra do projeto apresentado, clique aqui.
Redução da tarifa, recuperação da eficiência do sistema, renovação da frota, maior conforto aos passageiros, 100% dos ônibus adaptados a portadores de deficiência, controle eletrônico da frota, ônibus com GPS, ar-condicionado nas linhas médias e longas e integração em qualquer ponto, não mais apenas nos terminais foram alguns dos principais pontos apresentados.
“O edital para operação do novo sistema de transporte coletivo é inspirado no que há de mais moderno no mundo, tem no atendimento ao usuário o seu foco. Não há sistema parecido operando no país. Vamos reduzir a tarifa e tornar o sistema mais eficiente, além de trabalhar muito com indicadores de qualidade e pesquisas de satisfação dos passageiros”, define o prefeito Cesar Souza Jr.
Uma das novidades é o chamado Sistema de Apoio a Operação (SAO), que vai controlar e gerenciar 24 horas a operação do sistema.
Com isso, será possível obter informações em tempo real de tudo o que acontece no sistema, permitindo agir de forma rápida e eficiente sempre que houver algum tipo de problema. Por exemplo, se alguma linha precisa de reforço no número de coletivos, o sistema identifica imediatamente, permitindo assim a otimização da frota e o pronto atendimento aos usuários. O controle de passageiros também vai ser eficiente, impedindo a superlotação dos coletivos.
O SAO vai planejar, otimizar e programar as linhas, gerir as viagens online, fiscalizar indicadores de qualidade das empresas operadoras – índice de quebra, de cumprimento de viagem, de intervalo, de cumprimento de frota etc-, o que atualmente não existe. Além disso, o SAO vai fiscalizar o cumprimento de itinerários e horários, além de servir como base para integração do sistema de transporte coletivo com outros modais que possam ser implantados no futuro.
A tecnologia também vai estar presente no novo modelo com a Central de Controle, que vai coordenar uma frota de ônibus equipados com câmeras de videomonitoramento e sistema de localização, o que vai permitir ao passageiro, por smart phone ou telefone celular, buscar informações precisas sobre itinerário. Todos os terminais serão equipados com painéis de LED.
As empresas não serão mais remuneradas por quilômetro percorrido, mas sim pelo resultado apresentado em indicadores de qualidade, como eficiência, pontualidade, atendimento ao usuário, entre outros. Além disso, o poder público municipal vai ter poderes para intervir sempre que for necessário restabelecer a operação do sistema em caso de obstrução.
Outra inovação será a ampla e irrestrita transparência do manual de cálculo tarifário, que será totalmente remodelado, e, ao contrário do que acontece hoje, será de fácil compreensão e vai ficar disponível para consulta pública na internet.
“O edital para operação do novo sistema de transporte coletivo é inspirado no que há de mais moderno no mundo, tem no atendimento ao usuário o seu foco. Não há sistema parecido operando no país. Vamos reduzir a tarifa e tornar o sistema mais eficiente, além de trabalhar muito com indicadores de qualidade e pesquisas de satisfação dos passageiros”, define o prefeito Cesar Souza Júnior.
(DeOlhoNaIlha, 09/09/2013)
Novo edital gera polêmica
A apresentação do novo edital para licitação do transporte coletivo de Florianópolis ocorreu sob vaias na audiência pública de ontem, no auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Foi a primeira vez que o projeto, que vem sendo elaborado desde abril deste ano pela prefeitura, foi apresentado ao público.
Representantes de entidades oficiais, sociedade civil e movimentos sociais lotaram a sala e pediram mais tempo de avaliação. O presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da Organização dos Advogados do Brasil, Antônio de Arruda Lima, pediu cópia do documento para análise jurídica, sugerindo que sejam feitas mais audiências sobre o tema, mas a prefeitura quer abrir concorrência já na próxima semana, no lançamento do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM).
Quem vencer a concorrência terá 180 dias após a assinatura do contrato de concessão para colocar nas ruas 447 de ônibus convencionais e 60 executivos – todos acessíveis, com GPS e câmera de monitoramento. O sistema atual de integração deve ser mantido, mas com ajustes – o passageiro vai poder pagar uma tarifa e mudar de ônibus sem precisar ir até o terminal. O transporte executivo também será integrado ao sistema. Na mão do usuário estarão disponíveis informações como tempo de espera no ponto de ônibus e itinerário, através de aplicativos para celular e tablets.
A ideia é que uma empresa ou um consórcio de empresas opere o sistema por 20 anos. A prefeitura ficará responsável por fiscalizar e cobrar a qualidade do serviço, sob pena de multa ou até quebra de contrato. O objetivo é inibir as repetitivas paralisações.
Texto permite que valor da tarifa possa mudar
O teor do novo edital não garante manutenção da tarifa. Segundo o diretor de Planejamento da Secretaria de Mobilidade Urbana, Vinícius Cofferri, o objetivo é ter um valor justo, baseado na eficiência do serviço e não sobre a planilha de custos, como é atualmente.
– Nada impede que a tarifa suba, desde que a empresa apresente ao Conselho Municipal de Transporte um plano de negócio a ser cumprido, justificado pela eficiência no atendimento – afirmou o diretor.
A remuneração das empresas não será pelo quilômetro rodado, como hoje, mas pela qualidade do serviço.
(DC, 10/09/2013)