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Se a estratégia empregada em jogos do Avaí tivesse sido usada no evento na Base Aérea, problema poderia ser minimizado
Pedido de apoio somente para o final do evento que reuniu 35 mil pessoas, falta de espaços para estacionar carros no entorno, resposta demorada a um problema visto por toda a cidade. Tudo isso, em um final de feriadão em que o Aeroporto Hercílio Luz teve um acréscimo de 3,3 mil passageiros, comparando-se à média diária de outubro.
Para a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o congestionamento que se formou na Via Expressa Sul, domingo, poderia ter sido evitado se a Base Aérea de Florianópolis tivesse planejado a programação.
A Base defende-se. Diz que pediu ajuda, embora reconheça que só para o encerramento, entre 17h30min e 19h. Segundo o major Pablo Nocetti, da área de Recursos Humanos do Batalhão da PMRv, fica a lição para que evento semelhante não torne motoristas e passageiros reféns. Entre elas, cita, bolsões alternativos para estacionamento e uso da frota do transporte coletivo.
Conforme a Base Aérea, são mais de 30 anos de Portões Abertos – muitas vezes no feriado de 12 de outubro – e a cidade nunca teve problemas de trânsito como o de domingo.
Feriadão deixa passageiros na mão
O congestionamento impediu que passageiros chegassem a tempo no Hercílio Luz. Muitas delas tentaram embarcar via rodoviária, mas enfrentaram um segundo problema. Era final de feriadão e até os ônibus extras estavam com a capacidade esgotada.
Ontem, a Catarinense teve de colocar carros extras de última hora para São Paulo. A partir das 15h, oito ônibus foram necessários para atender a demanda. Além da capital paulista, a empresa percebeu movimento intenso na procura por passagens para Curitiba.
Para Porto Alegre, a situação era semelhante. No domingo, a Santo Anjo colocou nove carros extras para atender a demanda. Todos saíram lotados. O último deles partiu às 23h com 10 lugares vagos.
E para arrematar a maré ruim dos passageiros de avião, outros dois problemas nacionais se somaram à perda de voos pelo congestionamento: fechamento do aeroporto de Viracopos (em Campinas, SP – reaberto ontem à tarde) e falha no check-in da TAM. Por causa destes dois problemas, segundo a Infraero, 12 viagens da Azul foram canceladas, obrigando 596 pessoas a remarcar, ontem, os voos perdidos no domingo em Florianópolis. Foi uma bola de neve que dificultou a vida de quem pretendia viajar.
(DC, 16/10/2012)
“Não houve um planejamento”
Entrevista Major Pablo Ramon Nocetti chefe de Recursos Humanos do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina
Diário Catarinense – A Polícia Militar Rodoviária foi informada sobre o evento de domingo na Base?
Pablo Nocetti– Sim. Foi encaminhado um e-mail para o comando daquela área, que fica no Campeche.
DC – O que dizia?
Nocetti – Era um pedido de apoio para o final do evento, entre 17h30min e 19h, mesma solicitação dos anos anteriores.
DC – E foi atendido?
Nocetti – Sim. Tínhamos seis policiais e duas viaturas na rodovia.
DC – Como explicar tanta dificuldade no trânsito?
Nocetti – Não houve planejamento por quem organizou o evento, como ocorre em outras programações de grande porte, como nos jogos do Avaí, em que o entorno do estádio é usado como estacionamento. Com antecedência de informações sobre o público, poderíamos ter alternativas, como bolsões para os veículos.
DC – Qual a lição que fica?
Nocetti – Eventos dessa magnitude precisam ser planejados. É preciso analisar a viabilidade das condições do tráfego, levando em conta a data em que ocorrem. Precisamos saber do uso do espaço da própria Base para estacionamento e incluir as empresas de transporte coletivo no planejamento.
DC – Com planejamento daria para evitar os problemas?
Nocetti – Talvez minimizado.
(DC, 16/10/2012)
Primeiro problema deste tamanho
Entrevista
O Diário Catarinense também questionou a Base Aérea de Florianópolis, que solicitou as perguntas por escrito. Foram enviadas sete perguntas objetivas, mas nem todas respondidas. Confira:
Solicitação de apoio
“Feita em forma de e-mail e para o final do evento, entre 17h30 e 19h.”
Evento
“O evento “Portões Abertos” é uma atividade institucional da Força Aérea Brasileira, que ocorre anualmente, servindo para divulgar o trabalho de seus integrantes e para aproximar a comunidade local das rotinas e equipamentos ligados ao voo.”
Público subestimado
“Historicamente, o acontecimento atrai um público expressivo. Por isso, todos os anos, a organização do evento coordena ações junto à Polícia Militar no intuito de manter normalizado o escoamento do trânsito ao final das apresentações.”
Planejamento
“Em mais de 30 anos de Portões Abertos – muitas vezes no feriado de 12 de outubro – a cidade nunca teve problemas de trânsito deste porte. O movimento de visitantes ocorrido no domingo certamente superou as expectativas, provavelmente devido ao bom tempo, feriado e ampla divulgação pela mídia local.”
Lição para eventos futuros
“A Base Aérea envidará todos os esforços para aprimorar as ações ligadas ao trânsito, em especial, a cooperação com a PM.”
(DC, 16/10/2012)

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