Ícone da noite de Florianópolis e com marca forte de cachaça, o Armazém Vieira dá os últimos passos para fechar as portas. Com o bar desativado nos últimos anos, agora os proprietários buscam compradores para o casarão antigo do bairro Saco dos Limões e também para a cachaçaria histórica. Recentemente, os donos começaram a divulgar que estão vendendo a marca e as últimas cachaças produzidas no local. Agora, restam 600 garrafas de 700 ml, segundo Renato Grasso Bollo, um dos atuais proprietários do local.
Renato assumiu o espaço em 11 de abril de 1985 junto com o sócio, Wolfgang Schrader. No entanto, agora, ambos decidiram suspender totalmente as atividades e vender os negócios: “Tomamos essa decisão porque nosso tempo passou e não conseguimos um parceiro que queira investir em Florianópolis, em nosso projeto”, explicou Renato.
O empresário diz que o objetivo dos dois foi alcançado, que era: “fazer que a cachaça artesanal alcance o mercado internacional ao lado dos melhores destilados do mercado, em especial a cachaça de Santa Catarina e a nossa, obviamente”. Hoje, 38 anos depois do começo das atividades, há muitas cachaças artesanais exportando. O Armazém Vieira iniciou suas exportações em 1998, e a última foi em dezembro de 2021.
– Para produzir uma cachaça especial tivemos a sorte de contar com a ajuda de um destilador e de professores da área de Química da UFSC. Compramos e reformamos o prédio Armazém Vieira, hoje referência nacional, resgatamos a história dos navegantes que compraram na Ilha rum, a cachaça da época, no século XVIII e XIX e, no prédio, instalamos um bar promocional, que alcançou renome nacional e saudade dos florianopolitanos.
Renato e Wolfgnag se dizem “orgulhosos de ter colaborado na história e desenvolvimento de um produto brasileiro”. Os dois são engenheiros eletricistas aposentados.
Futuro do espaço
Os empresários tentam vender a marca para a continuidade da cachaça. Como o casarão é tomado, sentem dificuldade na venda. Ambos fizeram uma parceria com um vizinho, que tem terreno grande ao lado, para oferecer os espaços de forma conjunta a possíveis investidores que queiram construir em um lado e explorar o casarão do outro.
Para os interessados, tanto na área como nas últimas cachaças do Armazém Vieira, Renato deixa o telefone à disposição: (48) 9983-7977.