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Projetos da UFSC nas áreas marinha e oceânica são contemplados em editais da União Europeia

A Universidade Federal de Santa Catarina teve cinco projetos de pesquisa nas áreas marinha e oceânica contemplados em editais Horizon 2020 da União Europeia, envolvendo professores, pós-doutorandos e alunos do Centro de Ciências Agrárias (CCA), Centro de Ciências Biológicas (CCB) e da Coordenadoria Especial de Oceanografia: AquaVitae, TriAtlas, iAtlantic, Mission Atlantic e AtlantECO. Cada um dos cinco projetos constitui um consórcio com dezenas de universidades e centros de pesquisa de diferentes países banhados pelo Oceano Atlântico, com o objetivo de compreender padrões e processos oceanográficos e do cultivo de organismos marinhos em grande escala.

Confira os projetos contemplados:

projeto Aquavitae tem como objetivo desenvolver pacotes tecnológicos para novas espécies, processos e produtos que contribuam para o incremento da produtividade e da sustentabilidade em espécies emergentes aquícolas de baixos níveis tróficos e espécies de baixo e alto nível trófico com cadeias produtivas estabelecidas de alto valor em países banhados pelo oceano Atlântico. Coordenado pela NOFIMA/Noruega, ele envolve 29 centros de pesquisas e universidades e mais 7 parceiros da indústria. A UFSC é representada pelo Laboratório de Camarões Marinhos (LCM) e secção de Macroalgas/LCM, e tem participação em três subprojetos: 1) cultivos em bioflocos e cultivos multitróficos integrados (AMTI) com uso da tecnologia de bioflocos, 2) Cultivos de novas espécies de macroalgas, 3) Uso de ingredientes de baixo nível trófico em dietas para organismos aquáticos. O coordenador na UFSC é o professor Felipe do Nascimento Vieira (CCA).

projeto TRIATLAS tem como objetivo principal compreender o estado dos ecossistemas marinhos do Atlântico Sul e Tropical e sua evolução futura para o manejo sustentável das atividades humanas que afeta o Oceano Atlântico como um todo. Neste projeto será feita uma abordagem sistêmica de dados observacionais coletados em sete cruzeiros oceanográficos com outros dados pré-existentes e modelagem numérica. Além da UFSC, 34 instituições de vários países da Europa e África estão envolvidas neste projeto sob a coordenação geral da Universidade de Bergen. O grupo UFSC investigará a ocorrência de ondas de calor marinhas no Atlântico Sul e Tropical, bem como seus efeitos nos ecossistemas marinhos. A coordenadora na UFSC é a professora Regina Rodrigues (Oceanografia).

projeto iAtlantic conta com a participação de 33 universidades e institutos de pesquisa da Europa, Estados Unidos, Brasil, Argentina e África do Sul. As pesquisas são realizadas em áreas oceânicas e de mar profundo e visam a obtenção de dados e a integração do conhecimento em grande escala. A coordenação geral é da Universidade de Edinburgh e, no Brasil, o projeto é desenvolvido pela UNIVALI, USP, UFES e UFSC. O grupo UFSC é representado pelo Laboratório de Biodiversidade Marinha, responsável pelo registro e identificação de corais, que são importantes formadores de habitat no Oceano Atlântico. Além de materiais já disponíveis para estudo, o projeto está organizando expedições oceanográficas em 2021, que contarão com a participação da UFSC e dos demais parceiros do Brasil. O coordenador na UFSC é o professor Alberto Lindner (CCB).

O projeto Mission Atlantic congrega especialistas da Europa, Brasil, África do Sul, Canadá e EUA com objetivo comum de mapear e avaliar os riscos atuais e futuros das mudanças climáticas, desastres naturais e atividades humanas para os ecossistemas do oceano Atlântico. Usando modelos oceânicos de alta resolução, redes neurais artificiais, métodos de avaliação de risco e abordagens estatísticas avançadas, o Mission Atlantic avaliará com precisão as pressões impostas aos ecossistemas marinhos do Atlântico, identificando as partes que correm maior risco de desastres naturais e as consequências das atividades humanas. No Brasil os parceiros são a UFSC, USP e Marinha do Brasil. A UFSC participa em dois estudos de caso: Plataforma continental sudeste-sul do Brasil e Ilhas da Dorsal Atlântica e conta com integrantes do Laboratório de Biogeografia e Macroecologia Marinha (LBMM) e do Laboratório de Gestão Costeira Integrada (LAGECI). Os coordenadores na UFSC são o professor Sergio Floeter (CCB) e a professora Marinez Scherer (Oceanografia).

projeto AtlantECO conta com 36 organizações de 13 países e com objetivo de explorar o Oceano Atlântico de polo a polo. O projeto irá mapear conhecimentos novos e existentes sobre os organismos microscópicos que habitam rios, águas costeiras, o oceano aberto, sedimentos marinhos e a atmosfera, bem como aqueles encontrados em lixo plástico. Esses “microbiomas” suportam vida na Terra e fornecem serviços ecossistêmicos à sociedade. A coordenação geral é da Stazione Zoologica Anton Dohrn em Nápoles, Itália e, no Brasil, o projeto é desenvolvido pela UFSC, FURG, USP, UFSCar e UFBA. O trabalho de campo será realizado a bordo de navios e veleiros oceanográficos. As escalas serão organizadas com as comunidades locais e partes interessadas ao longo da região costeira do Oceano Atlântico, envolvendo campanhas de divulgação, ciência cidadã, conscientização e proporcionando um programa de capacitação em larga escala para professores, estudantes, profissionais e jovens. A coordenador na UFSC é a professora Andrea Santarosa Freire (CCB).

Além dos cinco projetos contemplados na UFSC, há também a participação dos docentes da Oceanografia Felipe Pimenta (no projeto HPC-WE) e Jarbas Bonetti (no projeto AANChOR).

Coordenador na UFSC do projeto iAtlantic, o professor Alberto Lindner considera “muito importante o fato de a UFSC ter sido contemplada com cinco projetos desse edital. Para melhor conhecermos essas iniciativas, no dia 27 de novembro organizamos nossa primeira reunião interna dos projetos em desenvolvimento na universidade, com a participação dos professores e professoras, pós-doutorandas e alunas. Foi uma oportunidade de todos conhecerem melhor os projetos em desenvolvimento, e iniciamos também uma discussão sobre colaborações em pesquisa e extensão nos próximos anos”.

(UFSC, 30/11/2020)

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