Floram garante o acesso ao rio Ratones

Floram garante o acesso ao rio Ratones

O Sindicato dos Bancários de Florianópolis deve remover um cercado de madeira nas margens do rio Ratones até a próxima quinta-feira. Caso isso não seja feito, fiscais da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) vão promover sua demolição e cobrar pelo serviço. “É preciso que essa cerca fique distante pelo menos 50 metros da margem do rio”, diz o presidente da Floram, Francisco Rzatki, que enviou seus fiscais ao local na tarde da última quinta-feira ao local.

Eles conseguiram identificar o proprietário da área através do relógio de energia elétrica da Celesc, já que não existe nenhuma placa indicativa de propriedade no terreno. Os moradores da região acreditavam que o imóvel pertencia à Associação Brasileira de Odontologia (ABO), o que não procede. A área, na verdade, é de propriedade do Sindicato dos Bancários.

A instalação do cercado de madeira avançando sobre a margem do rio Ratones foi denunciada pelo pescador Olímpio Monteiro, 37 anos, residente em Vargem Pequena, indignado com o paulatino fechamento de todos os acessos ao principal curso d’água da Ilha. Ele precisa se deslocar por cerca de dois quilômetros para encontrar um caminho por onda possa chegar ao rio.
Além disso, “qualquer festa rave que venha a ser realizada no interior do cercado terá que contar com licença da Floram. Caso elas aconteçam sem a licença, os responsáveis vão ser multados”, salienta Rzatki. Por outro lado, o assessor jurídico do Sindicato dos Bancários, Walmor Grando, garantiu ontem que não recebeu nenhuma notificação da Floram, mas considerou um “absurdo” a presença de obstáculos impedindo o acesso ao rio Ratones.

Segundo ele, a entidade fez um acordo com um empresário de Florianópolis visando a realização de eventos no local, “onde nossos associados não pagariam ingresso”. Grando também não gostou de saber que as festas rave estão acontecendo sem licença da Floram, “ainda mais que está prevista a realização de outra na próxima terça-feira”, destacou.

O dirigente bancário ficou de encaminhar à diretoria da entidade uma proposta de adoção do espaço pela comunidade de Vargem Pequena. Em troca da manutenção de toda a área, incluindo o corte da grama e a conservação das edificações, os equipamentos de lazer existentes no local poderiam ser usados livremente pelos moradores. Com isso, o único acesso ao rio Ratones naquele região estaria garantido por mais alguns anos, embora esse não seja o único obstáculo.

(A Notícia, 26/02/2007)