11 out Estudo revela situação de adolescentes e jovens em Florianópolis
Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 10/10/2021)
O Icom (Instituto Comunitário Grande Florianópolis) divulga na próxima quinta-feira, dia 14, o diagnóstico social Sinais Vitais, sobre situação de adolescentes e jovens no mundo do trabalho em Florianópolis.
O documento revela, por exemplo, que eles representam 25% da população e que o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) diminui conforme o gênero e a raça: a renda da população negra é até 40% menor e os homens ganham 36% a mais do que as mulheres.
“Neste Sinais Vitais apresentamos dados e discutimos a importância da inserção de adolescentes e jovens no mundo do trabalho, de maneira regular, como forma de gerar oportunidades capazes de mudar este cenário desigual”, explica Larissa Boing, gestora de programas do instituto.
Confira alguns resultados do Sinais Vitais:
Trabalho infantil
A Organização Internacional do Trabalho define o trabalho infantil como aquele que “priva as crianças de sua infância, seu potencial e sua dignidade, e que é prejudicial ao seu desenvolvimento físico e mental”. Corresponde a atividades econômicas ou de sobrevivência, com ou sem fins lucrativos, remuneradas ou não, desempenhadas por crianças ou adolescentes em idade inferior a 16 anos, ressalvada a condição de jovem aprendiz a partir dos 14 anos, independentemente da condição ocupacional.
No último censo do IBGE, 4.515 crianças e adolescentes foram identificadas trabalhando em Florianópolis. “Mesmo na capital com o maior Índice de Desenvolvimento Humano do país, o trabalho infantil ainda é uma realidade a ser enfrentada”, avalia Larissa.
Percepção dos adolescentes e jovens
A edição apresenta ainda reflexões dos próprios adolescentes e jovens sobre seus planos e sonhos para o futuro. Quando buscamos entender o contexto do jovem aprendiz, novos dados nos cobram reflexão: 80% dos jovens aprendizes tiveram seu contrato interrompido antes de completar um ano de trabalho em 2018. Em 43% dos casos, isso aconteceu antes dos seis meses.
Ao conversar com os jovens sobre estas questões, diferentes razões surgem, como a pressão psicológica, o pouco tempo livre; o sentimento de incapacidade ou a falta de identificação com o ambiente de trabalho.
Já entre as empresas surgem reflexões sobre a falta de mão de obra qualificada, o desafio da contratação e a necessidade de um diálogo ampliado com as instituições qualificadoras para que a trilha de conhecimento oferecida atenda às expectativas tanto dos adolescentes quanto das organizações.
O lançamento solene do estudo “Sinais Vitais – Adolescentes e Jovens no Mundo do Trabalho” será no dia 14, às 16h, pelo canal do Icom no YouTube.