A mobilidade que queremos

A mobilidade que queremos

Artigo escrito por João Batista Nunes – Vice-prefeito e Secretário de Transportes, Mobilidade e Terminais de Florianópolis (DC, 22/09/2009)

Neste 22 de setembro, milhares de municípios em mais de 40 países estarão promovendo o Dia Mundial na Cidade Sem Meu Carro, incentivando o uso de outros meios de transporte que não seja o automóvel. Um dia que, mais do que deixar o carro em casa, servirá para uma reflexão sobre a mobilidade urbana que queremos para nossa Capital, e sobre como comunidade e poder público podem imprimir ações para tornar a cidade mais humana e com melhor qualidade de vida. Pensar mobilidade urbana significa entender a necessidade imediata de priorizar o coletivo, e não o individual. Em média, os carros particulares ocupam 58% do espaço viário das cidades para levar 20% das pessoas que se movimentam no espaço urbano. No sentido oposto, os ônibus transportam mais de 68% das pessoas, ocupando apenas 24% do espaço. Dados simples que mostram que não há como pensar uma melhor mobilidade urbana sem ações fortes que incentivem o uso do transporte coletivo. Esse incentivo passa por um transporte urbano rápido, eficiente e moderno.

Em Florianópolis, medidas baratas e corajosas, como a implantação de corredores exclusivos ou preferenciais para ônibus (linhas brancas) estão se mostrando eficazes, diminuindo o tempo dos percursos, principalmente nos horários de pico, e tornando o transporte coletivo mais rápido do que o individual. Outra ação para incentivar o uso de ônibus será a modernização dos terminais, transformando os equipamentos em verdadeiros shoppings de serviços e comércio, que poderão, também, gerar recursos para serem aplicados no transporte público, tornando o sistema autossustentável e de custo muito menor.

Juntamente com a melhoria do transporte público é fundamental, também, humanizar nossas vias, priorizando as pessoas, buscando outros modais de mobilidade urbana com ciclovias, ciclofaixas, bicicletários e diversos outros mecanismos que incentivem a troca do carro por meios não poluentes de locomoção.