Esgoto, o mal da Ilha

Esgoto, o mal da Ilha

Acif contratou estudo sobre as bacias hidrográficas de Florianópolis

Imagine a Ilha de Santa Catarina daqui a 10 ou 15 anos. Será que os rios, matas e o solo suportarão a poluição, crescimento desordenado e ocupações?

O cenário atual já é ruim, aponta o diagnóstico ambiental das bacias hidrográficas de Florianópolis divulgado na sexta-feira pela Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif). A entidade patrocinou o estudo, feito por pesquisadores da Associação Brotar e Crescer.

Em cinco meses, foram analisadas a qualidade da água, uso do solo e ocupações. O engenheiro agrônomo Augusto Neves Pêgas Filho, coordenador do trabalho, avalia que a situação é extremamente preocupante em relação às bacias do Itacorubi e Rio Tavares (detalhes no mapa).

– Os rios apresentaram níveis de oxigênio baixos. Isso revela a poluição provocada pelo homem, principalmente de esgoto doméstico lançado diretamente nos rios – ressaltou.

Áreas cujo problema de poluição já é conhecido também foram pesquisadas, como a Lagoa da Conceição e o Rio Capivari, no balneário de Ingleses, Norte da Ilha.

O presidente da Acif, Doreni Caramori Júnior, diz que o diagnóstico foi entregue à Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) e à Câmara de Vereadores. Ele defende ação conjunta do poder público com ambientalistas e entidades para a proteção dos recursos naturais. Sobre o estudo incentivado pelo empresariado, argumenta que uma das intenções era acabar com o monopólio de informações sobre a poluição que afeta a Ilha.

No documento, os autores sugerem a criação de um plano municipal de habitação, saneamento básico e de drenagens consistentes. Também recomendam a retirada das famílias que vivem ao lado dos rios e áreas de preservação, como dunas e áreas de mata nativa.

(Diogo Vargas, DC, 20/09/2009)