Floripa avança para a coleta porta a porta em quatro frações

Floripa avança para a coleta porta a porta em quatro frações

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente está pronta para fazer Florianópolis correr em direção às metas lixo zero. Em 2030, a cidade deverá recuperar 90% dos orgânicos e 60% dos recicláveis secos que hoje ainda vão para o aterro sanitário. Para acelerar o passo, informa o secretário Fábio Braga, nesta Semana do Meio Ambiente será implantada a nova coleta seletiva flex, adaptada para chegar mais perto e mais vezes até o usuário, atendendo 50 mil pessoas com coleta monomaterial de vidro e orgânico.

A partir de 8 de junho, terça-feira, o serviço de porta em porta em 103 condomínios residenciais do Itacorubi passa a incluir a coleta exclusiva de vidro e orgânicos.

Nestes domicílios, será feita coleta seletiva de plástico, papel e metal às segundas (19h), só de orgânicos compostáveis às terças e sextas (8h) e só de vidros às quartas (8h). A coleta convencional de rejeito, por enquanto será mantida, aos domingos, terças e quintas (19h).

A estimativa é atender cerca de 7 mil unidades e 20 mil usuários imediatamente com a coleta porta a porta em quatro frações: recicláveis, só vidro, orgânicos compostáveis e rejeito.

Essa fase inicial será estendida, na sequência, para nove bairros entre Bacia do Itacorubi e Centro, quando a coleta seletiva flex alcançará 17,5 mil unidades habitacionais, mais de 50 mil pessoas, no Itacorubi, Córrego Grande, João Paulo, Sacos dos Limões, Carvoeira, Agronômica, Pantanal, Trindade e Santa Mônica.

Nessa primeira fase, quando atingir os nove bairros, o potencial de coleta será de 40 toneladas de vidro e 250 toneladas de orgânicos por mês. A meta, então, será aumentar a reciclagem de vidro em 40% e dobrar a reciclagem de orgânicos.

Avanço ambiental

Na Semana do Meio Ambiente de 2019, o prefeito *Gean Loureiro* lançou a seletiva de verdes, inovação no Brasil. Este ano, observa o secretário do Meio Ambiente, Fábio Braga, depois de ter investido R$ 10 milhões em coleta seletiva e, mesmo superando os impactos da pandemia, a Prefeitura de Florianópolis acelera o passo. “Somos a primeira capital a ter sistema público de coleta de orgânicos de porta em porta para compostagem e coleta monomaterial de vidro”, afirma.

Agora, o programa depende de adesão dos usuários e condomínios. Reciclar hábitos é difícil, mas muito compensador, aponta Braga. O usuário que separa o resíduo em quatro frações – reciclável, só vidro, orgânico e rejeito – ajuda Floripa a reduzir custos públicos e a melhorar a pegada ambiental.

No Monte Verde, por exemplo, 292 famílias já participam da coleta seletiva de orgânicos por meio de pontos de entrega voluntária. Também há o projeto Minhoca na Cabeça, com 1,1 mil kits distribuídos, e muitas iniciativas comunitárias e institucionais com pátios de compostagem e hortas urbanas.

Entrega voluntária de resíduos

As pessoas também têm colaborado muito com a entrega voluntária de resíduos na rede de quase 100 PEVs de Vidro e cinco Ecopontos.  A frequência à rede de Ecopontos triplicou durante a pandemia e se mantém alta. Somando a visitação aos Ecopontos do Itacorubi, Monte Cristo, Capoeiras, Canasvieiras e Morro das Pedras são em torno de 600 entregas diárias.

Agora, para chegar mais perto do usuário, antecipa *Fábio Braga*, também será lançado edital para ampliar de cinco para 13 os Ecopontos em Floripa. Serão implantados Ecopontos na Barra da Lagoa, Coloninha, Costeira, Ingleses, Lagoa, Rio Vermelho, Tapera e Monte Verde.

Investimento em seletiva

Dos R$ 10 milhões investidos pela Prefeitura de Florianópolis em coleta seletiva, R$ 1,3 milhão foi aplicado na compra dos quatro caminhões satélites. Esses veículos já apelidados de “playmobil” na SMMA, pelo tamanho compacto e capacidade robusta, foram os primeiros feitos no Brasil com elevador acoplado e vão operar a coleta monomaterial de vidro e orgânico.

Até hoje, sem esse equipamento, a coleta seletiva de vidro e de orgânicos tinha de ser feita por entrega voluntária, quando o usuário leva o resíduo aos PEVs e Ecopontos. Agora será feita de porta em porta.

Com a nova frota, será possível dar escala ao recolhimento domiciliar desses que são os materiais mais pesados da seletiva.  O orgânico também é o mais perecível e o vidro o que oferece maiores riscos de segurança aos garis e triadores.

Capacitação dos usuários

Para a implantação da nova coleta seletiva flex, destaca o superintendente de Gestão de Resíduos, Ulisses Bianchini, os condomínios foram cadastrados, moradores, síndicos e zeladores sensibilizados e capacitados em reuniões e cursos online, com folheteria e vídeos.

Todos os celulares cadastrados estão recebendo informações por WhatsApp para facilitar a adesão ao novo sistema de coleta.

Nova coleta seletiva flex

A coleta de recicláveis orgânicos será realizada às terças e sextas e a coleta de vidros às quartas, ambas no período matutino.

Para participar, os condomínios devem:

  • adquirir contentores exclusivos, modelo europeu (120 litros na cor marrom para os recicláveis orgânicos e 240 litros na cor verde para os vidros). Os equipamentos devem atender a NBR 15.911-2, para que encaixem no elevador do caminhão e sejam mais resistentes.
  • instruir seus moradores sobre como separar os resíduos e a destinar às coletas seletivas exclusivas para cada fração.

Pelos resultados do projeto piloto, a quantidade de dois contentores de 120 litros (para acondicionamento dos recicláveis orgânicos) atende até 34 apartamentos, com a frequência de coleta de duas vezes por semana (7,059L/apto/coleta).

Para começar, a SMMA recomenda que o condomínio adquira um contentor de 240 litros para os vidros e dois de 120 litros para os orgânicos. Depois, caso necessário, poderá fazer a aquisição de mais unidades, dimensiona a engenheira sanitarista Karina da Silva de Souza.

Os contentores de cor laranja, utilizados atualmente pelos condomínios, continuarão sendo usados para apresentação dos resíduos misturados (rejeitos) para a coleta convencional.

Nos condomínios do projeto piloto com coleta de orgânicos em bombonas, a coleta passa a ser feita às segundas e quintas pela manhã.

Itacorubi NOVA COLETA SELETIVA FLEX Em 103 condomínios residenciais

  DOMINGO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA
manhã

 

  Coleta de orgânicos em bombonas no piloto em 14 condomínios Seletiva

SÓ ORGÂNICO

Seletiva

SÓ VIDRO

Coleta de orgânicos em bombonas no piloto em 14 condomínios Seletiva

SÓ ORGÂNICO

noite

 

Rejeito seletiva

papel plástico

metal

Rejeito   Rejeito  
Coleta seletiva domiciliar de verdes (podas) 19/jun    31/jul   16/out 04/dez
Volumosos agendar remoção pelo e-mail volumosos.smma@pmf.sc.gov.br ou texto e imagem para (48) 9 8482 8462 de segunda a sexta, 8h às 17h.

 

PERGUNTAS FREQUENTES

A orientação para compra dos contentores para orgânicos compostáveis e vidro vale para todos os condomínios do Itacorubi?

O projeto atende, inicialmente, 103 condomínios do Itacorubi que foram cadastrados pela Superintendência de Gestão de Resíduos da SMMA. O condomínio passa a receber, além da coletas convencional (rejeitos) e seletiva (metal, plástico e papel), a coleta monomaterial (exclusiva) de vidro e de resíduos orgânicos.

Caminhões satélites serão usados na nova coleta monomaterial de vidro e de orgânicos. São os dois materiais com mais riscos de manejo. O vidro porque pode provocar acidentes. Os orgânicos porque são perecíveis. Mas também são os mais pesados. Se forem separados pelo usuário, permitirão que a cidade dê saltos rumo às metas Floripa Lixo Zero 2030.

A coleta será flexível e customizada bairro a bairro, feita de vários modos e diferentes equipamentos, para que morador possa dar destino adequado a todas as frações.

O serviço está incluído na taxa de coleta?

Sim, não há qualquer cobrança além da taxa de coleta.

Não irá onerar o morador?

Ao contrário, o morador só tem vantagens ao morar numa cidade em que a coleta pública oferece condições de destinar os resíduos separados em nas frações: recicláveis secos (plástico, papel e metal), só vidro, orgânicos compostáveis e rejeito. Floripa tem essa pegada ambiental diferenciada, tanto que é a capital que mais recicla no Brasil e a primeira cidade a assumir as metas lixo zero 2030.

Falta regulamentar a lei da compostagem. Enquanto isso, o condomínio corre risco de ser multado se não aderir à nova coleta?

A intenção é sensibilizar e estimular a adesão voluntária. Sempre que o condomínio aderir à coleta flex, feita com equipamentos diferentes e customizados para cada bairro, ele consegue melhorar a gestão interna de resíduos. Mantém tudo mais limpo e afasta vetores de doenças.

Desde 2010, o Decreto Federal 7404 diz que:

Art. 6o Os consumidores são obrigados, sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou quando instituídos sistemas de logística reversa na forma do art. 15, a acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e a disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução.

Então, o condomínio que não participar fica sujeito a penalidades, caso ocorra alguma ação de fiscalização.

O Decreto Federal 6514/2008, considera infração ambiental sujeita à multa:

XIII – deixar de segregar resíduos sólidos na forma estabelecida para a coleta seletiva, quando a referida coleta for instituída pelo titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

O condomínio pode manter serviços terceirizados de manejo dos compostáveis? Alguma restrição?

Pode sim, é até aconselhável que tenha gestão e educação interna para gestão dos resíduos. As empresas que operam no setor são parceiras da Secretaria do Meio Ambiente e da Prefeitura de Florianópolis. Resíduos orgânicos exigem soluções descentralizadas, as experiências colaborativas, solidárias e comunitárias são muito válidas e têm apoio da municipalidade. Floripa tem política de agricultura urbana, inclusive, para estimular esse tipo de solução que valoriza toda a cadeia dos alimentos orgânicos, passando pelos pátios de compostagem e hortas urbanas.

A Superintendência de Gestão de Resíduos Sólidos (SGRS) está estudando como cadastrar as iniciativas existentes na cidade para regulamentar a atuação das mesmas, com os quantitativos de resíduos recolhidos, recolhimento de ISS, licenças ambientais.

SAIBA MAIS

Vídeo sobre valorização de orgânicos em Florianópolis CLIQUE AQUI


Apresentação técnica da nova coleta pela engenheira sanitarista ambiental Karina da Silva de Souza CLIQUE AQUI


Tutorial em vídeo para a coleta seletiva de vidro CLIQUE AQUI


Tutorial em vídeo para a coleta seletiva de orgânicos  CLIQUE AQUI