04 jun Pandemia e fome em Florianópolis: Vivemos uma situação de caos social
Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 03/06/2021)
Coordenadora da ONG Rede com a Rua, formada por 21 coletivos de Florianópolis, a administradora Isabela da Cunha Vieira Barbosa fala à coluna sobre o aumento da fome desde o início da pandemia da Covid-19.
Qual a reflexão que pode ser feita sobre a pandemia e o aumento da insegurança alimentar?
Um dos problemas da pandemia da Covid-19 é a diminuição ou perda total da renda familiar, com aumento das pessoas em situação de vulnerabilidade, o que faz com que falte dinheiro para comprar comida.
Muitas mulheres enfrentaram, por exemplo, outra questão: a impossibilidade de trabalhar pela falta de creches para deixarem seus filhos. Além disso, em meio à queda da renda, o preço dos alimentos subiu. As pessoas em situação de rua dependem das políticas públicas para se alimentarem.
Os movimentos sociais têm reivindicado restaurantes populares em Florianópolis, não é?
Sim. É um equipamento previsto na Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e que pode atender famílias inscritas no CadÚnico, trabalhadores sem condições de ter uma alimentação saudável e digna, e também estudantes.
É histórica a luta para Florianópolis ter um restaurante popular, que seja na área central da cidade e que tenha preocupação com a origem do alimento e prestigie o produtor local.
Falta empatia e olhar diferenciado sobre a questão da fome?
Vivemos uma situação de caos social por conta da fome. Falta empatia sim, mas principalmente priorização do orçamento público. A fome só cresce. Precisamos de políticas públicas que garantam alimentação para a população