24 maio A crise no transporte coletivo da Grande Florianópolis
Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 22/05/2021)
Quase mil trabalhadores do transporte coletivo perderam o emprego desde março do ano passado e seis empresas que operam na Grande Florianópolis entraram com pedido de recuperação judicial por conta do impacto da pandemia da Covid-19. Significa 60% de todas que operam na região metropolitana.
“É a maior crise das empresas de transporte coletivo. Houve uma ação do Estado de paralisar o sistema por quatro meses, mas sem uma tentativa de solução para proteger os trabalhadores”, afirma Vinícius Coferri, assessor do Setuf (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis).
“As demissões foram inevitáveis”, lamenta Coferri, que expôs a situação nesta sexta-feira (21) em audiência pública da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Serviço Público da Câmara de Florianópolis sobre os desligamentos de motoristas e cobradores.
“Vamos fazer tudo para recuperar o sistema”, garantiu o secretário de Mobilidade e Planejamento Urbano, Michel Mittmann, que defendeu um debate pra repensar o modelo atual e as formas de financiamento.
De acordo com dados da prefeitura, 240 mil viagens eram realizadas antes do coronavírus, número que caiu para 30 mil no reinício das atividades e que está estabilizado em 100 mil atualmente.
Diante do cenário de crise, o Sintraburb pediu mais fiscalização do poder público e sugeriu a criação de um fundo municipal de transporte, em substituição aos subsídios pagos hoje.