Setor de eventos da Grande Florianópolis terá retrocesso de uma década, afirma Fortur

Setor de eventos da Grande Florianópolis terá retrocesso de uma década, afirma Fortur

Da Coluna de Renato Igor (NSC, 14/11/2020)

A situação é desesperadora. A afirmação é do coordenador do Fórum de Turismo da Grande Florianópolis (Fortur), Marcelo Bohrer. O setor reclama que está “abandonado à própria sorte” e reivindica que os protocolos utilizados com a situação de “bandeira laranja” sejam os mesmos na “bandeira vermelha”.

“Mais de 50% das empresas prestadoras de serviço para eventos não possui mais condições de atuar, fechando as suas portas e ampliando as demissões. Isto significa um retrocesso de cerca de 10 anos na formação e especialização de empresas do setor”, diz Marcelo Bohrer, coordenador do Fortur, entidade que reúne o trade turístico e de eventos da região.

Há cinco meses os empresários do segmento participaram do comitê que definiu os protocolos sanitários para a realização de eventos em todo o Estado. Entretanto, eles reclamam o abandono e que não se avançou nas liberações.

A entidade alega que os protocolos fixados em Santa Catarina já são rígidos em relação aos demais Estados e atendem à necessidade de distanciamento social. “O setor investiu no desenvolvimento de procedimentos rigorosos, baseados em protocolos internacionais, e está preparado para operar com baixo risco”, diz Bohrer.

Demissões

Vai faltar tempo para recuperar o patamar pré-pandemia. “Neste intervalo de tempo muitas empresas perderam eventos e perspectivas de novos negócios. Foram obrigadas a demitir e tiveram pouca oferta de linha de crédito para garantir a própria subsistência. A situação é desesperadora”, lamenta o presidente do Fortur.

Realidade

É muito triste a situação do setor de eventos, segmento que emprega milhares de pessoas na região, atrai um turista de qualidade, que gasta mais do que o turista convencional e que acaba voltando com a sua família, depois, para passar as férias. A dura realidade aponta um estilo de negócio onde grande parte dos trabalhadores é freelancer, ou seja, trabalha por empreitada. Tendo evento ganha, não tendo, não ganha. É gente trabalhadora e que está sem renda.

O que complica o setor é o contexto de viés de alta da pandemia. Quanto maior for a irresponsabilidade dos que teimam em não respeitar os protocolos sanitários – circulando sem máscara, em festas ou aglomerações – mais difícil será para ampliar as atividades permitidas. É a irresponsabilidade dos outros que compromete o emprego e a renda de quem trabalha sério.