Florianópolis tem alta quase generalizada de preços, aponta índice de inflação da Esag

Florianópolis tem alta quase generalizada de preços, aponta índice de inflação da Esag

Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 04/11/2020)

As constantes altas de preços de alimentos e outros itens enfrentadas pelos consumidores de Florianópolis, culminaram em outubro com aumentos quase generalizados de preços e uma variação geral de 0,77% frente ao mês anterior. Foi essa inflação apurada no Índice de Custo de Vida (ICV) da Esag-Udesc, que contabiliza a variação de preço de 297 itens. Os alimentos e bebidas subiram 1,05% e a alimentação no domicílio ficou 1,39% mais cara. Puxada mais pelos alimentos, no ano a inflação da Capital subiu 3,38% e em 12 meses, 4,53%.

Os alimentos que tiveram as maiores variações em outubro foram batata inglesa (20,85%), mamão (15,31%), óleo de soja (14,03%), costela bovina (11,11%), bisteca suína (10,14%), arroz agulha (9,04%) e pipoca (7,36%).

Chama a atenção no índice da Esag que dos nove grupos de produtos pesquisados, apenas dois não tiveram alta de preços. Além da alimentação, que subiu 1,05%, o grupo de habitação teve alta de 1,53%, artigos de residência (1,08%), transportes (0,56%), saúde e cuidados pessoais (0,37%), despesas pessoais (1,72%) e educação (0,18%). Somente os grupos de vestuário (-0,86%) e comunicação (-0,34%) tiveram recuo de preços.

-Está tudo subindo. As variações de preços em outubro foram estranhas. Me assustaram! Eu estava acostumado com pequenas variações – afirmou o administrador Hercílio Fernandes, que coordena a pesquisa do IVC da Esag-Udesc há mais de 40 anos.

Ele avalia que a demanda maior em função do pagamento do auxílio emergencial está motivando mais indústrias a elevarem os preços, que depois são repassados aos clientes finais pelos supermercados.

A pressão de preços vem desde o início da pandemia puxada pela maior demanda gerada pelo auxílio emergencial, mas essa não é a única causa. No caso dos alimentos, há uma grande pressão de preços em função do dólar alto e crescimento das exportações. Isso elevou o preço dos grãos que são usados para a produção de óleo, outros alimentos e ração animal. Com ração mais cara, a alta chega nas carnes.

O dólar também está motivando alta de matérias-primas para quase todos os setores industriais, incentivando exportações e limitando importações, o que também gera inflação. A pesquisa da Esag identificou que a as altas chegaram também aos preços de eletrodomésticos em Florianópolis.

Para Hercílio Fernandes, são os setores industriais testando até onde o mercado aceita reajustes de preços que ficaram acumulados em anos anteriores. A inflação de outubro do ano passado, por exemplo, teve alta de apenas 0,04%. Em setembro deste ano, a inflação da Capital subiu 0,34%.