O mar está para negócios em SC

O mar está para negócios em SC

O mar está para negócios em Santa Catarina. Ainda tímido no Brasil, mas a caminho da profissionalização, principalmente pela qualidade da mão-de-obra e baixo custo da produção, o setor náutico se mostra como um grande filão de mercado no país. Ao contrário de outros segmentos econômicos, que perdem com a concorrência chinesa e câmbio desfavorável, o de construção de embarcações movimenta cerca de US$ 400 milhões por ano, de acordo com a Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar).

Os dados do crescimento do setor em 2006 ainda não foram consolidados, mas a expectativa é de que o incremento em relação a 2005 tenha sido de 8%. E para este ano as projeções são ainda mais otimistas e podem chegar a 15%.

O número não é uma surpresa, já que o Brasil possui 7,48 mil quilômetros de extensão de costa e condições ideais para a prática de esportes náuticos. Santa Catarina, com mais de 500 quilômetros de Litoral, chama a atenção do resto do país para esse segmento. Em setembro do ano passado, mais uma marina foi inaugurada na cidade de Balneário Camboriú, a Tedesco Marina Garden Plaza, um investimento de R$ 15 milhões.

A Capitania dos Portos contabiliza mais de 48 mil embarcações registradas no Estado. De acordo com levantamento da Acobar, para cada embarcação construída, são gerados sete postos de trabalho.

Os clientes que investem em embarcações são exigentes, mas garantem bons lucros aos fabricantes. Somente o segmento de catamarãs, com características mais luxuosas, tem crescido 35% por ano no mundo todo. De acordo com o presidente do concessionário dos estados do Sul da marca italiana Spirit Ferretti, André Veronese, o setor é promissor e tem migrado para um mercado luxuoso.

O estaleiro cresceu 20% em 2006 com relação ao ano anterior.

– Estamos investindo em SC. Recomeçamos nossas operações em janeiro deste ano com ótimas expectativas – comemora.

Para reunir os empresários do setor, começa hoje, no CentroSul, em Florianópolis, e segue até o domingo, a Náutica Fair. Serão 247 marcas e 130 expositores. A expectativa, segundo a organização do evento, é de que cerca de 50 mil pessoas visitem o CentroSul nos seis dias de feira.

Para ajudar na divulgação e na montagem da estrutura foram contratadas 200 pessoas temporariamente, número que deverá quadruplicar a partir de hoje, aponta a estimativa dos organizadores. Ontem, a equipe responsável pela montagem do evento organizava os últimos detalhes. Os trabalhadores temporários receberam treinamento e os estandes os acabamentos.

O presidente da feira, Antônio Carlos Troian, diz que é difícil afirmar quanto vai ser gerado em volume de negócios na Náutica Fair, mas garante que, através da rodada de negócios que será realizada durante o evento, as empresas poderão ter contato com clientes em potencial.

Entre as atrações mais esperadas, está a chegada do navio “Cisne Branco”, veleiro da Marinha do Brasil utilizado para representar o país em eventos náuticos pelo mundo, que ficará ancorado na praia de Canasvieiras, Norte de Florianópolis, a partir de hoje até o domingo, quando encerra a feira.

Já o engenheiro de produção e escritor Roberto Böell Vaz, da Capital, pretende montar, durante o evento, o maior barco de papel dobrável e navegável do mundo. Ele terá entre 7,5 metros e 8 metros e pesará cerca de 200 quilos. Serão dois dias de fabricação até a estréia na feira.

Saiba mais

RAIO X DO SETOR NO ESTADO
> Estimativa de crescimento em 2007: 15%
> Número de estaleiros: 151
> Lojas náuticas: 1.518
> Marinas, iates clubes e garagens náuticas: 654
> Oficinas, acessórios e implementos: 1.242
> Produção média: 3,3 mil barcos por ano
> Tamanho das embarcações: 74% é de até 23 pés (sete metros)
> Geração de emprego: 7 por embarcação
Fonte: Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar).

(Graziele Dal, DC, 06/02/2007)