O retorno das aulas na UFSC é urgente

O retorno das aulas na UFSC é urgente

Foto: Facebook

Artigo de Orlando da Silva Neto
Doutor em Direito e professor adjunto da UFSC

As atividades de ensino foram interrompidas em 14 de março, foi uma decisão acertada mesma atitude tomada por milhares de universidades no Brasil e mundo afora. Era necessário impedir possíveis focos de contaminação no campus e proteger a saúde de alunos, professores, técnicos e comunidade.

A decisão foi certa naquela data. Mas é inexplicável que ainda não tenhamos retornado as aulas mediante ensino não presencial, sem perspectiva para o retorno. O fato é que a UFSC desde muito antes da pandemia tem cursos à distância (uns poucos, é verdade) e todos os professores e alunos tem disponíveis, gratuitamente, o acesso ao ambiente de ensino remoto da Microsoft, a plataforma Teams.

Há alunos com dificuldade de acesso à internet confiável, no Direito o Centro Acadêmico fez pesquisa apenas 5 % dos alunos não tem acesso de velocidade alta ou regular. Claro que há aulas que não podem ser feitas remotamente. Não dá para dissecar um cadáver pelo google meet, não dá para fazer uma solda pelo Zooom, não dá para fazer a vivissecção um sapo pelo Jitsi ou pelo Teams.

Nada disso justifica a postura da Universidade. Há um rosário de problemas, mas há soluções para eles. A USP conseguiu, Harvard conseguiu, as universidades particulares de forma geral conseguiram. Basta boa vontade. Essa postura errada e acomodada da Universidade tem que acabar.

Que sejam obtidas soluções para os problemas pontuais, que sejam reabertos laboratórios com distanciamento social para aqueles alunos que precisam, que sejam buscadas soluções, inclusive com apoio da iniciativa privada. Retornar às aulas de maneira remota é imperativo moral para a Universidade. A UFSC, apesar de autônoma, não vive em um mundo paralelo e deve resultados à sociedade.

O retorno do ensino remoto é providência urgente. Há centenas de professores que querem voltar a ensinar, dezenas de milhares de alunos que querem voltar a aprender. Não há qualquer razão séria para que isso não aconteça imediatamente.

(ND, 17/06/2020)