08 jun Volta dos ônibus em Florianópolis é o novo desafio em tempos de coronavírus
Da Coluna de Ânderson Silva (NSC, 07/06/2020)
A marca de 32 dias sem mortes por conta do coronavírus em Florianópolis, repercutida nacionalmente, coloca às claras que a ação antecipada foi capaz de reduzir os riscos para as pessoas e possibilitar uma retomada segura. Pelo método usado na Capital, ficou claro que o isolamento foi fundamental, segundo avaliação do município, mas não o único “remédio” para controlar a proliferação da doença, conforme especialistas.
Testar e ter uma rede médica estruturada teve papel importante. Florianópolis acertou na medida certa ao encarar o vírus de frente. Não negou, não minimizou. Fechar estabelecimentos e manter o comércio de rua sem funcionar por mais tempo foram ações duras, mas que agora apresentam resultados contundentes.
Nenhum gestor vai ser aclamado por acertar 100% já que o cenário ideal seria não perdermos vidas e nem empregos, ambas consequências da pandemia. Mas vai estar muito perto de gabaritar o enfrentamento ao coronavírus aqueles que decidiram agir. A decisão estará ainda mais nas mãos dos prefeitos com a decisão do Estado de regionalizar as liberações.
O próximo desafio vem com a permissão ao transporte coletivo a partir do dia 17, exatamente quando estaremos em três meses de restrições no Estado. Os ônibus são considerados vetores da doença por conta da alta circulação de pessoas. Por isso a relevância deste setor para a continuidade dos bons resultados na Capital e em outras cidades catarinenses.
Passaremos para um novo patamar em breve. Tudo o que foi feito em 90 dias será testado de forma mais intensa. Com ônibus em circulação, será uma nova opção de deslocamento para os catarinenses. Com mais gente nas ruas, maior o risco de proliferação.
Justamente neste ponto que está uma das ações mais importantes das restrições que ajudaram no controle de casos em SC. A missão dada pelo Estado aos prefeitos é importante nesse processo. Não cabe a eles apenas a “boa nova” de liberar, mas também a responsabilidade de fazer o controle da doença continuar estável nos municípios catarinenses.