02 jun Projeto para expansão do laboratório Fotovoltaica/UFSC recebe R$ 1 milhão da Eletrobras
O Projeto de Expansão do Laboratório Fotovoltaica/UFSC da Universidade Federal de Santa Catarina foi contemplado pela Chamada Pública PROCEL Edifica – NZEB Brasil da Eletrobras no âmbito do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL e irá receber recursos de R$ 1 milhão para sua construção.
A nova edificação do Laboratório Fotovoltaica/UFSC, que terá 1.190 m² de área construída, foi projetada pelas arquitetas Clarissa Zomer e Isadora Custódio, respectivamente pós-doutoranda e doutoranda do laboratório. Para a participação da chamada pública, um time de 13 pesquisadoras e pesquisadores da área de energia solar fotovoltaica e de eficiência energética em edificações foi formado, sob coordenação da pesquisadora Clarissa Zomer e supervisão do professor Ricardo Rüther, coordenador do laboratório Fotovoltaica/UFSC.
A Eletrobras buscou selecionar até quatro beneficiários que apresentassem projetos de edificações NZEB (da sigla em inglês Near Zero Energy Building). NZEB são edificações de alta eficiência energética com geração distribuída de fonte renovável associada, e que alcançam um balanço anual energético próximo a zero. A chamada teve como objetivos fomentar o conhecimento, estudo e desenvolvimento de projetos de NZEB; criar um efeito de demonstração de edificações NZEB no contexto nacional; promover a utilização dos novos métodos para etiquetagem de edificações; e verificar a viabilidade técnica e financeira de construção e operação de edificações NZEB.
O Projeto de Expansão do Laboratório Fotovoltaica/UFSC consiste em instalar um novo edifício que funcionará como equipamento de pesquisa e que irá se relacionar funcionalmente com o atual Laboratório Fotovoltaica/UFSC. O novo prédio irá abrigar um grande banco de baterias de íons de Lítio para armazenamento de energia fotovoltaica (FV), objeto de estudo do Projeto de P&D ANEEL PD 0403-0042/2016. Duas grandes coberturas FV desempenharão o papel de proteger o banco de baterias das intempéries, gerar eletricidade a partir do Sol para alimentar as novas cargas, bem como testar e demonstrar a utilização de módulos FV com diferentes funções.
O projeto arquitetônico possuirá integração fotovoltaica do tipo BIPV (building-integrated photovoltaic system), onde os módulos atuarão como telha nas coberturas e como elementos de sombreamento nas fachadas, ou seja, terão a função de vedação e sombreamento, além da geração energética. Além disso, uma das coberturas fotovoltaicas será utilizada como elemento sombreador da laje de cobertura do bloco edificado, minimizando significativamente os ganhos térmicos pela cobertura.
O conceito do projeto se baseou na sustentabilidade dos materiais empregados, nas aplicações de estratégias bioclimáticas e nas medidas de eficiência energética adotadas, além da integração dos ambientes externos e internos e adoção da planta livre, a qual proporciona flexibilidade de usos para a edificação.
A nova edificação foi avaliada pelo método prescritivo e de simulação usando a nova metodologia para etiquetagem de edificações comerciais, obtendo resultados para uma edificação nível A e ZEB. Quando comparada com a edificação de referência, a edificação proposta apresentou 61% de redução de carga térmica de resfriamento, 71% de economia do sistema de condicionamento de ar e 52% de redução de potência instalada de iluminação. Em relação ao consumo de energia primária, a redução foi de 37,4%.
A partir da inauguração da edificação, ela estará disponível para visitação para demonstrar seu projeto e funcionamento, disseminando, assim, conhecimento sobre projetos de NZEB.
(UFSC, 01/06/2020)