Judiciário quer “muralha sanitária” para evitar coronavírus nos presídios de Santa Catarina

Judiciário quer “muralha sanitária” para evitar coronavírus nos presídios de Santa Catarina

Da Coluna de Ânderson Silva (NSC, 16/03/2020)

Representantes do Judiciário catarinense defendem uma “muralha sanitária” para que o novo coronavírus não entre nos presídios, penitenciárias e centro de atendimento a adolescentes infratores de Santa Catarina. Um reunião nesta segunda-feira, no Tribunal de Justiça (TJ-SC), discutiu a questão junto às autoridades de segurança do Estado como a secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa (SAP). Segundo o TJ-SC, a ideia é minimizar a proliferação da doença nos sistemas prisional e socioeducativo. Atualmente, há 24 mil presos no Estado, além de 500 adolescentes internados.

Uma resolução será publicada com recomendações aos juízes da área criminal, em execução penal e em infância e juventude para que prorroguem as saídas temporárias já autorizadas, suspendam a concessão de saídas futuras e acelerem a análise de pedidos de progressão de regime para apenados, com a possibilidade ainda de decretação de prisão domiciliar e uso de tornozeleiras eletrônicas. Há 350 equipamentos disponíveis neste momento.

A preocupação do Judiciário se junta às medidas já tomadas pela SAP: suspensão das visitas íntimas por 30 dias – são registradas 20 mil delas por mês no Estado -, suspensão de visitas de idosos acima de 60 anos, crianças até 12 anos e gestantes, e suspensão das transferências interestaduais. Em média, segundo TJ-SC, as unidades prisionais de SC são compostas de celas com ocupação variável entre oito e 23 presos.

Em texto da assessoria de imprensa do Tribunal, o secretário de administração Prisional e Socioeducativa, Leandro Soares Lima, fez uma comparação dos cenários: “Sempre trabalhamos para evitar fugas e evasões; agora temos que controlar a invasão do sistema pela doença”. Em casos urgentes, segundo o desembargador Leopoldo Brüggemann, supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do TJ-SC, a videoconferência será usada. O magistrado ainda disse que os detentos devem ser comunicados das decisões.