10 fev Reforma do Largo da Alfândega resgata parte importante da história de Florianópolis
Após centenas de obras entregues no Super Dezembro, a Prefeitura Municipal de Florianópolis vai entregar, no próximo sábado, 8, a reforma do Largo da Alfândega, que faz parte da revitalização do Centro Histórico e é uma das obras mais esperadas pelos florianopolitanos.
O projeto inicial dos arquitetos César Floriano, Elon Alano e Evandro Andrade sofreu algumas modificações – assim como o andamento dos trabalhos – devido à descoberta do antigo muro do cais do porto, de quando a capital ainda se chamava Nossa Senhora do Desterro. A importância da construção alterou os planos, mas agregou um valor histórico inestimável à nova praça.
Junto ao muro, que terá 65 cm de sua estrutura exposta acima da linha da água, foram construídos cinco espelhos d’água, que mostram onde o mar chegava antes do aterro da Baía Sul (construído na década de 1970). O resgate a elementos de valor histórico foi uma das tônicas do projeto, que conta, também, com um deck que simboliza os trapiches onde pescadores e comerciantes abarcavam – para carregar e descarregar mercadorias – quando vinham do continente ou de outros lugares da Ilha de Santa Catarina para fazer negócio no Mercado Público, passando pela Alfândega.
— Essa reforma é um marco para o resgate e a valorização das raízes do nosso povo. O Largo da Alfândega tem um valor histórico e é uma importante área de passagem e de convívio do Centro de Florianópolis, servindo como ponto de encontro e como palco para manifestações culturais e populares. Por isso, investimos recursos e força de trabalho, tendo o cuidado de manter características históricas — afirma o prefeito da capital.
A cultura açoriana será lembrada por uma estrutura metálica – de construção pioneira no Brasil – com uma cobertura de 450 metros quadrados simulando uma toalha de renda de bilro, em homenagem às tradicionais rendeiras da cidade. A ideia é que a cobertura crie uma sombra “rendada” no chão e nas pessoas que estiverem debaixo dela.
— É uma obra que vai resgatar a memória e a autoestima de nossa gente, por se tratar de um espaço democrático, com a cara e a alma da cidade. O novo Largo da Alfândega faz parte do processo de revitalização do Centro Histórico de Florianópolis e, juntamente com o Mercado Público, a Praça XV de Novembro, o Palácio Cruz e Sousa, a Casa de Câmara e Cadeia e a Catedral Metropolitana, deve atrair mais pessoas para aquela região do Centro, também à noite e aos fins de semana — enfatiza José Valter Gallina, secretário de infraestrutura, habitação e saneamento de Florianópolis.
Além da reforma da praça, o entorno da Casa da Alfândega também está sendo revitalizado. Trechos das ruas Deodoro, Conselheiro Mafra, Trajano e Arcipreste Paiva foram nivelados – após retirada do paver – e estão recebendo nova pavimentação em paralelepípedos. A rua Deodoro também vai receber calçadas acessíveis.
A reforma do Largo da Alfândega foi feita pela Concrejato Engenharia e contou com serviços de especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Prefeitura, através de órgãos como a Secretaria de Infraestrutura. A obra custou R$ 9.400.000,00, pagos com recursos do Iphan, através do PAC Cidades Históricas.
Serviços trarão comodidade e segurança a moradores e turistas
O Largo da Alfândega terá uma área de serviços com sanitários, lanchonetes, cafeteria, floricultura e lojas com utensílios em cerâmica, artesanato indígena e outros produtos locais, além de um posto da Polícia Militar e uma central de atendimento ao turista.
A tradicional feira da Alfândega retornará ao seu local de origem. Cerca de 20 feirantes receberam barracas padronizadas, especialmente desenvolvidas e confeccionadas para se adequarem ao novo espaço, que também ganhou 25 mesas e mais de 90 cadeiras, além de bancos novos.
Atrações artísticas e culturais marcam a entrega da obra
Com a reabertura do Largo da Alfândega, Florianópolis voltará a ter um importante espaço para apresentações folclóricas, artísticas e culturais, e uma amostra da arte da cidade poderá ser vista na entrega da obra, dia 8, a partir das 10 horas.
A programação conta com apresentações diárias até o dia 14 de fevereiro, quando o espaço será fechado em função da abertura dos festejos Carnaval. com tradicional bloco Berbigão do Boca.
— A exemplo do que tem sido feito nos anos anteriores, com a Praça XV, fecharemos o Largo da Alfândega no dia da saída do tradicional bloco Berbigão do Boca e reabriremos no dia 27, após a quarta-feira de cinzas. Entendemos que essa medida é necessária para preservar as plantas, árvores e o patrimônio público — explica José Valter Gallina.
O espaço pretende ser um ponto de fusão entre o passado e o presente e entre as diferentes pessoas das mais diferentes culturas que compõem o cenário da capital.