Estado de SC vai reunir quatro hospitais em complexo de saúde em Florianópolis

Estado de SC vai reunir quatro hospitais em complexo de saúde em Florianópolis

Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 06/01/2020)

O governador Carlos Moisés anunciou que o Estado conseguiu, junto ao BID, US$ 800 mil — equivalente a cerca de R$ 3,2 milhões — para a realização do projeto do complexo hospitalar de Florianópolis, que vai reunir os quatro hospitais estaduais da Capital na área onde está hoje o hospital Nereu Ramos.

Vai colocar no mesmo local, além do Nereu Ramos e o hospital infantil Joana de Gusmão, o Hospital Celso Ramos e a Maternidade Carmela Dutra. O plano do governo é fazer as edificações em parceria com a iniciativa privada no modelo de PPP, para o uso das instituições durante 30 anos, podendo ser renovável.

O recurso do BID será para definir como serão as obras e os valores necessários para os investimentos. Se o projeto for concretizado, a população terá todas as soluções de saúde num só local, que é de fácil acesso. Os hopitais Nereu Ramos e Joana de Gusmão ficam no bairro Agronômica, próximos da Avenida Beira-mar Norte.

Segundo o secretário executivo da SCPar, Ramiro Zinder, o projeto do complexo hospitalar será feito por especialistas contratados pelo BID. Depois de pronto será realizado o leilão para conceder à iniciativa privada e o consórcio vencedor terá 18 meses para executar a construção dos dois hospitais que serão transferidos e também as reformas do Nereu Ramos e Joana de Gusmão.

A projeção é de que serão necessários investimentos de aproximadamente R$ 500 milhões para construir e equipar as unidades. Conforme Zinder, a expectativa do governo é de que o novo complexo seja inaugurado no segundo semestre de 2021.

A opção do governo de fazer uma PPP ocorre porque não existem recursos públicos para fazer novos hospitais e análises de equipes da Secretaria de Estado da Saúde e da SCPar apontaram que a privatização da gestão é a melhor solução. Pelo modelo a ser adotado, o consórcio vencedor faz a construção, operação e manutenção do complexo. Os servidores de carreira atuam nos hospitais sob a gestão privada.

O modelo prevê a continuidade da oferta de serviços públicos totalmente gratuitos à população, mas com um padrão privado, com mais eficiência, qualidade, transparência e menores custos. Conforme Zinder, é um modelo já adotado com sucesso em outros Estados.

O Hospital do Subúrbio, de Salvador, que estreou esse modelo em setembro de 2010, melhorou todos indicadores de atendimento à população. Isso resultou em diversos prêmios nacionais e internacionais.

A instituição baiana que tem mais de 300 leitos registra mortalidade abaixo da média nacional, menor tempo de internação, custo 10% inferior e a população está satisfeita. Chama a atenção o fato de esse modelo ter sido implantado no governo do petista Jacques Wagner, por falta de recursos públicos. Os servidores de carreira protestaram na época, criticam o modelo até hoje, mas as avaliações dos usuários e análises técnicas têm confirmado a melhoria expressiva dos serviços. Por isso, o modelo segue e está sendo difundido no país.

Segundo o secretário executivo da SCPar, os terrenos onde estão o Hospital Celso Ramos e a Maternidade Carmela Dutra, na Avenida Gama D’Eça, ainda não foram avaliados, mas o Estado deverá vender para o setor privado e usar a receita em outra área necessária.