06 jan Uma ponte para as oportunidades
Artigo de Rodrigo Rossoni
Presidente da Acif
A reabertura da ponte Hercílio Luz proporcionará inúmeras oportunidades para quem mora ou visita Florianópolis – mas vai impactar, em especial, na melhoria da mobilidade e no desfrute de uma das áreas mais belas e emblemáticas da cidade. As cabeceiras da primeira travessia física entre o continente e a Ilha de Santa Catarina estão repletas de histórias e lendas.
Na parte insular, onde existia um imenso sambaqui, posteriormente foi ocupada pelo primeiro cemitério desterrense e hoje há um parque capaz de abrigar as mais amplas iniciativas culturais ou ecológicas. Não bastasse isso, diante de ambos os lados, descortinam-se paisagens singulares, avistando-se as baías sul e norte, o centro histórico insular e a avenida Beira-mar Norte.
É fácil prever que cruzar a ponte a pé, vagarosamente, apreciando sua imensa, complexa e quase secular estrutura, será um programa imperdível para moradores ou turistas. Naturalmente que este passeio incluirá os hábitos de comer e beber, além de levar lembranças e outras opções de diversão. Portanto, podemos esperar que centenas de pessoas frequentarão diariamente a ponte Hercílio Luz, desde quando seu acesso for liberado – e que isso renderá inúmeras oportunidades para a cidade.
Será um espaço de convivência e para exibir o perfil histórico e o potencial da capital catarinense. A nova travessia combinará utilidade – por que contribuirá para a melhoria da mobilidade – e atração. Ou seja, vamos viver melhor com a ponte. Diante de nós também está o desafio de como manter esse pujante ativo turístico. Vamos depender de verba estatal? Mas foi justamente essa verba que fez falta e deixou que a ponte se deteriorasse por décadas consecutivas.
A solução passa por uma concessão no formato de Parceria Público-Privada, delegando a especialistas interessados no melhor aproveitamento deste espaço público, gerando renda em detrimento de despesas.
Precisamos de um modelo inteligente de utilização de ambas as cabeceiras e áreas próximas da ponte Hercílio Luz, que especifique os produtos e serviços possíveis e necessários, que dialoguem com o antigo e o contemporâneo, que sejam úteis e encantadores. E este fluxo de público, consumindo e frequentando e desfrutando de eventos, será o gerador de renda para a manutenção de nosso eterno cartão-postal.
(ND, 28/12/2019)