11 set Crise na Argentina afeta turismo em Santa Catarina
A crise que acompanha a economia da Argentina no período que antecede as eleições presidenciais no país traz como reflexos a alta do dólar perante o peso e inflação de 55% ao ano. Mas os efeitos dessa conjuntura vão muito além das fronteiras do território governado por Maurício Macri.
Tradicional destino de argentinos durante o verão, Florianópolis já considera certo que outro reflexo dessa recessão argentina será a diminuição na próxima temporada do número de hermanos na cidade – um sotaque que se tornou comum entre os turistas da Capital.
A redução já foi sentida no último ano, quando a economia argentina apresentava dificuldades. Pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio – SC) ao final da temporada passada mostrou que a participação dos argentinos foi de 22,6% do total de visitantes – menor que nos anos anteriores. Em todo o Litoral do Estado, a participação dos hermanos caiu de 23,5% para 20,6% na temporada passada.
Redução no verão passado
O superintendente de Turismo de Florianópolis, Vinicius de Lucca Filho, acrescenta que no ano passado a redução de argentinos que passaram pelas fronteiras terrestres do Brasil (de carro e ônibus) chegou a expressivos 75%. Somente a vinda de avião cresceu na última temporada: 1,2%.
– Identificamos que o argentino que tradicionalmente comprava passagens e pacotes para o Caribe, Cancun e Nordeste do Brasil migrou para Florianópolis porque era mais barato.
Ele não deixou de viajar, mas foi para um destino mais em conta – argumenta.
Mesmo com essa redução de 2018, hoje a cada quatro estrangeiros que visitam a Capital na temporada, três são argentinos. Por esse peso no turismo da temporada que ainda representam, algumas
ações são consideradas estratégicas para tentar atrair os argentinos que mantiverem os planos de viajar no verão.
Uma das apostas são os voos da companhia ultra low cost argentina Flybondi, que terá três voos semanais de Buenos Aires a Florianópolis entre dezembro e fevereiro. A participação na tradicional FIT, feira de turismo que ocorre em outubro, e em eventos em
Mendoza e Córdoba, mercados alternativos a Buenos Aires, são outras medidas. Por fim, o alargamento da faixa de areia da praia de Canasvieiras, considerada a favorita dos hermanos que vêm à Capital, é outro trunfo para tentar incentivar os argentinos a cruzarem a fronteira em busca das praias. A obra está começando.
(Confira reportagem completa em NSC, 11/09/2019)