19 ago Lixo dá lugar à natureza e à arte em áreas revitalizadas na Capital
Onde antes era lixo, hoje há arte, pitanga, ingá, grama, flores. São pontos de encontro da comunidade, humanizados, com planejamento paisagístico, urbanizados. Por meio do projeto Revitaliza Floripa, movimento voltado à recuperação ambiental e sanitária de espaços de uso público e interesse social, a Prefeitura de Florianópolis tem mudado completamente a aparência e uso de locais que antes eram pontos de descarte irregular de resíduos na Capital. A ação integra diversos órgãos municipais e sociedade e prevê a sensibilização social, limpeza, implantação de equipamentos de saneamento ambiental e de lazer para eliminar os pontos de descarte irregular de resíduos.
De acordo com o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, a força-tarefa tem a meta de zerar os pontos de lixo, que chegam a quase 200 na cidade, criando espaços de saúde e lazer que possam ser mantidos pelas comunidades. “Muitos destes locais hoje já foram completamente transformados. Temos cinco ecopontos que foram implantados em pontos estratégicos para evitar o descarte irregular. Esperamos que todos nos ajudem nessa mudança”, afirma.
O presidente da Comcap, Marcio Alves, reforça que nas intervenções do Revitaliza Floripa é fundamental que a comunidade se aproprie do espaço, para atividades de lazer, terapêuticas, de convivência. “Caso as pessoas deixem de usar o espaço, em pouco tempo volta a ser um ponto de descarte irregular de resíduos”, explica.
Produção de lixo
O Brasil é o quarto país no mundo que mais produz lixo, de acordo com o estudo Solucionar a Poluição Plástica: Transparência e Responsabilização, feito pelo WWF (Fundo Mundial para a Natureza). São 11.355.220 toneladas e só 1,28% de reciclagem. Está atrás apenas dos Estados Unidos (1º lugar), da China (2º) e da Índia (3º). No país, apontam dados do Banco Mundial, cerca de 7,7 milhões de toneladas de lixo são destinados a aterros sanitários.
Na capital catarinense, o total de resíduos movimentados pela Comcap em 2018 foi de 209 mil toneladas, o que corresponde à média de 18 mil toneladas por mês ou 700 toneladas por dia. Desse total, mais de 12 mil toneladas por ano são materiais recicláveis como papel, vidro, metal e plástico que a população separa para a coleta seletiva. Esse material é doado a 14 associações de triadores – a ACMR (Associação de Coletores de Materiais Recicláveis) é a maior delas e absorve mais da metade do material. A doação gera R$ 4,5 milhões/ano em renda para 842 pessoas direta e indiretamente na Grande Florianópolis.
Pela ação da Comcap, Florianópolis é a capital com maior índice de recuperação de resíduos pela reciclagem e compostagem. Em 2018, 6% de tudo que foi coletado ou entregue à Comcap foi desviado do aterro sanitário e encaminhado para reciclagem e compostagem. Se levar em conta o potencial de reciclagem dos resíduos, esse percentual sobe para um desvio global de 9,47%.
(Leia matéria completa em ND, 12/08/2019)