15 dez O grande desafio é crescer e preservar
O novo Plano Diretor de Florianópolis deve assegurar a preservação ambiental e a qualidade de vida, garantindo ao mesmo tempo o crescimento econômico, visando atender as demandas sociais e assegurar a geração de emprego e renda. A posição é defendida pelos presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis, Kissao Thais, e do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Região de Florianópolis (Sinduscon), Hélio Bairros.
Os dois acompanham de perto o processo de elaboração do Plano e consideram a iniciativa positiva. “A cidade precisa gerar cerca de 6 mil novos empregos por ano e isso só pode ser feito pelos setores do comércio e serviços”, destaca Bairros. “Nesse sentido, o novo Plano Diretor deve garantir a segurança jurídica para os investimentos e garantir que o poder público esteja presente”, acrescenta.
O presidente do Sinduscon se refere específicamente à fiscalização da ocupação e uso do solo, ação que o poder público não desenvolve. “As regras existem, mas ninguém as cumpre e ninguém exige o cumprimento”, acusa. Ele considera positivo que a população se manifeste nas audiências públicas em relação a temas como saneamento e meio ambiente.
Debate
Para Kissao Thais, a convergência de várias visões da cidade durante as audiências públicas do Plano Diretor pode garantir o surgimento de um instrumento capaz de normatizar o futuro de Florianópolis. “O crescimento populacional é inevitável e devemos planejar esse processo, solucionando os problemas sociais e de emprego, educação e geração de emprego e renda”, destaca.
O crescimento, segundo Thais, precisa ser contemplado, sem que as caracterícas naturais de Florianópolis sofram qualquer prejuízo. “A vocação natural é a nossa principal característica e isso deve ser conciliado com a vocação econômica”, acrescenta. “Dizer que a cidade deve parar e fechar as suas fronteiras é utopia, pois as atividades vão continuar”, com ou sem regulamentação e controle.
Ufeco destaca discussão como positiva
O presidente da União Florianópolitana das Entidades Comunitárias (Ufeco), Modesto Azevedo, também faz uma avaliação positiva da primeira fase de elaboração do Plano Diretor da Capital. “Só a iniciativa de dar início ao processo de forma ampla e participativa já é positiva, mas isso deveria acontecer junto com um plano de mídia para a divulgação das audiências públicas”, destaca Azevedo.
Segundo ele, o Plano Diretor “é o debate mais importante para o futuro da cidade e por isso o prefeito deveria ser o seu principal propagandista”, sugere. “Além disso, todas as unidades da Prefeitura, principalmente as secretarias de Educação e Saúde, deveriam estar envolvidas, mobilizando a população”.
Ele não concorda com as afirmações de que essa mobilização deveria ser feita pela Ufeco, “pois o que está sendo discutido não envolve apenas os movimentos sociais, mas toda a cidade. O poder público como um todo deve agir estimulando a participação das comunidades no processo”, complementa.
(A Notícia, 15/12/2006)