18 jul Nova descoberta adia prazo de entrega do Largo da Alfândega, em Florianópolis
Foram adiadas novamente as obras de revitalização do Largo da Alfândega, em Florianópolis. O novo prazo de conclusão é para outubro deste ano. Durante as escavações, foram encontrados mais objetos e construções, o que provocou a nova mudança no projeto original. Quando pronta, a obra deve ressaltar a história e o resgate do cotidiano antigo da Capital.
Um buraco foi encontrado, e nele pode estar escondida parte do porão de uma residência do século 19. De acordo com o arqueólogo, Fábio de Canto, foi uma encontrada uma estrutura de tijolos maciços, e argamassa onde foram utilizadas óleo de baleia e algumas conchas. “Nós chamou a atenção essa estrutura, por ela ter uma abertura e ser vazada na parte debaixo”, explica o arqueólogo.
A data precisa da construção ainda não é possível de ser confirmada, mas acredita-se ser anterior ao primeiro hotel com elevador de Santa Catarina, o “La porta” que era no mesmo local. “Eu falo para o pessoal da obra a importância de estarmos fazendo esse trabalho [acompanhamento arqueológico], para a história da cidade. Isso dará um outro significa a esta área. Muitas pessoas vem até aqui para relembrar a infância”, afirma Fábio.
O que realmente tem embaixo do solo somente uma análise mais detalhada irá revelar. Mas o que se sabe até agora é cada uma das descobertas, desde as pequenas até as maiores, são fundamentais para o resgate do cotidiano de um passado não tão distante e ainda muito presente em uma das regiões mais importantes para a história da criação do centro de Florianópolis.
O adiamento da conclusão de agosto para outubro é devido a nova descoberta que acaba deixando os processos mais lentos. De acordo com o engenheiro Frederico Amorim Dacoregio, trata-se de uma obra muito delicada pois é preciso integrar o novo com o histórico.
“Isso demanda muitos ajustes de projeto, é constante termos que voltar ao escritório e fazer a melhor adequação para preservar o patrimônio histórico e entregar a obra com a qualidade necessária”, explica o engenheiro.
Novo prazo
Nesse momento o cronograma da obra cumpre a etapa de colocação dos paralelepípedos e das vigas que irão sustentar a estrutura metálica em homenagem as rendeiras. A base dos pontos de comércio já estão prontas e o engenheiro estuda como armazenar as bombas que serão utilizadas pelos espelho d’água. Além disso, aguarda a aprovação de uma alteração do projeto.
“A ideia era só recolocar o paralelepípedo. Nós detectamos que seria necessária fazer este reforço, então estamos aguardando a aprovação do comitê gestor da prefeitura para iniciarmos a pavimentação do largo”, explica Dacoregio.
Local histórico
O passado que até então existia só em fotos vai sendo revelado a cada movimento de máquinas da equipe que faz a revitalização do local. As primeiras descobertas foram os muros. Parte de dois deles agora estão aparentes e devem integrar o projeto arquitetônico.
São muros que protegiam o prédio da alfândega do mar, já que o oceano banhava todo o espaço. Os cais que davam suporte para a chegada dos barcos trazendo as mercadorias se desfizeram com o tempo, mas alguns pilares de madeira resistiram a ação do tempo e parte deles ainda está enterrada.
Assim como o chão batido, a estrutura parcialmente revelada foi a primeira a compor o caminho do entorno da alfândega, onde cavalos, carroças e pessoas circulavam e ficavam observando o mar.
Em meio a escavações e novas construções, parte do cotidiano do passado é encontrado em fragmentos. Vários pequenos pedaços de utensílios de cerâmica, de louça, algumas até com características açorianas e de garrafas foram encontradas e farão parte do acervo de estudos.
(Programa Balanço Geral, 17/07/2019)