CASAN ameaça romper com empresa contratada para obra em estação de esgoto na entrada da Ilha

CASAN ameaça romper com empresa contratada para obra em estação de esgoto na entrada da Ilha

Para não aumentar o tempo de obra e não encarecer o valor previsto em licitação, a CASAN vai notificar as duas empresas responsáveis pela reforma e modernização da Estação de Tratamento de Esgoto Insular, localizada na entrada da Ilha. Como o consórcio Trix/Infracon desistiu de seguir o projeto que embasou o processo licitatório, a obra teve de ser interrompida a fim de evitar transtornos maiores aos moradores de Florianópolis. A notificação precede o processo administrativo que pode gerar a rescisão do contrato e a aplicação de penalidades.

Para reduzir o impacto da paralisação da obra, e por medida de segurança, a CASAN tirou de operação um dos tanques de aeração da estação. Diante disso, para manter a eficiência do processo de tratamento e preservar a unidade de tratamento até que o impasse seja resolvido, o esvaziamento do tanque tem provocando mau cheiro em alguns horários do dia, o que deve ser reduzido com a extração do líquido e do sólido do reservatório que precisa passar por reforma estrutural.

O esgoto líquido está sendo retirado por bombas e a parte sólida está sendo encaminhada ao aterro sanitário. Toda a operação observa rigorosamente a legislação ambiental e foi comunicada à agência reguladora ARESC e ao Instituto do Meio Ambiente (IMA).

A paralisação da obra e a desativação do tanque, porém, não afetam a eficiência do tratamento. “Ao contrário, tomamos essas providências justamente para garantir a segurança da unidade e a eficiência do tratamento biológico”, explica o engenheiro Joel Horstmann, superintendente Regional Metropolitano. “A remoção do sólido minimizará o odor”.

AMPLIAÇÃO E REFORMA

A ampliação da ETE Insular é a maior obra da CASAN. Financiado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), com aproximadamente R$ 95 milhões, sete licitantes, num total de 15 empresas, disputaram o processo licitatório.

A Ordem de Serviço foi emitida em setembro de 2018 e no final do ano o canteiro de obras estava instalado, mas em janeiro o consórcio vencedor já se recusava a executar o escopo do processo licitatório, requerendo reformulações técnicas com um incremento de aproximadamente um ano a mais no prazo e R$ 20 milhões no valor contratado e ofertado pela própria empresa em sua proposta técnica.

“Para a sociedade catarinense, para a CASAN e para Florianópolis o melhor a fazer é romper o contrato”, prevê o engenheiro Fábio Krieger, Diretor de Operação e Expansão da empresa.

A estação será ampliada dos atuais 296 litros por segundo para a vazão de 612 L/s e receberá sistema de tratamento terciário, que prevê a remoção de nutrientes (nitrogênio e fósforo), melhorando a qualidade do efluente final. A obra vai beneficiar diretamente 225 mil habitantes da Ilha. Além do Centro, Trindade, Agronômica, Saco dos Limões e Costeira, hoje atendidos pela unidade, outros sete bairros serão beneficiados. Todos os imóveis da Bacia do Itacorubi (Parque São Jorge, Jardim Anchieta, Córrego Grande e Pantanal), onde há rede coletora assentada desde 2012, serão conectados à ETE.

A obra prevê ainda o assentamento de 12.209 metros de rede coletora para os bairros José Mendes e o Morro da Lagoa. No total, serão assentados 9 mil metros de emissários terrestres, construídas seis estações elevatórias de bombeamento e executadas 3.753 novas ligações domiciliares.

O LOCAL

Por trás da vegetação que circunda a área trabalham 50 funcionários, responsáveis pela operação de todo o Sistema Operacional de Esgoto da Capital. O complexo compreende ainda o Laboratório de Efluentes e o Sistema Supervisório, que permite monitorar via remota todas as unidades de esgoto da Capital. Com a ampliação concluída, o local será reaberto para visitação pública, em especial, escolas.

(CASAN, 30/04/2019)