04 abr Obras de infraestrutura são solução para mobilidade na Grande Florianópolis
O principal critério para medir a eficiência da mobilidade urbana nas cidades é o tempo de deslocamento entre dois pontos. Um ônibus que fica parado na fila não contribui para a mobilidade, e pior, acaba servindo de incentivo para que mais e mais carros sejam introduzidos as já saturadas vias de uma cidade. Em 2006, um estudo publicado pelo pesquisador Valério Medeiros, da UNB (Universidade de Brasília), apontou que Florianópolis tinha o segundo pior índice de mobilidade do mundo e o deslocamento mais complicado entre 21 das principais capitais brasileiras.
Treze anos após a publicação do estudo, a Grande Florianópolis depende mais do que nunca de soluções que sejam capazes de fazer a cidade voltar a fluir. Os engarrafamentos, que em tempos atrás eram comuns apenas nos horários de pico, já não têm mais hora e local para ocorrerem.
Lançado em dezembro de 2014 como forma de apresentar soluções sustentáveis para o desenvolvimento da região metropolitana, o Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável) ainda é a principal diretriz para os problemas de deslocamento na Grande Florianópolis.
“A concepção do Plamus para a mobilidade urbana da região continua sendo para o uso do ônibus. O que o plano prevê são investimentos em corredores exclusivos, com estações de embarque, o chamado BRT [Bus Rapid Transit])”, explica o professor Werner Kraus, do Departamento de Automação e Sistemas e coordenador do Observatório da Mobilidade Urbana da Universidade Federal de Santa Catarina.
Apesar de estarmos longe de cumprir com o que estabelecem as oito diretrizes do Plamus —que abordam desde urbanismo, transporte motorizado, qualidade e eficiência do transporte coletivo e vão até questões ligadas a sustentabilidade ambiental e a segurança viária—, a principal aposta de Werner é de que aos poucos as políticas do Plano sejam implantadas com o anuncio de novas obras de infraestrutura.
“O projeto para a BR-282 (Via Expressa) prevê, por exemplo, a existência de vias marginais e um corredor central exclusivo para o transporte com estações. Isso seria o ideal. Mas se a obra em andamento já contemplar uma faixa livre para os ônibus já aumentaria bastante a velocidade média do transporte”, emenda Kraus.
A aposta do professor não se restringe apenas as obras de ampliação da Via Expressa, mas segundo ele a duplicação da Edu Vieira e a própria conclusão da reforma da Hercílio Luz poderão contribuir bastante para pequenas melhorias no sistema.
A ideia de corredor exclusivo para ônibus chegou a ser adotada na ponte Colombo Salles, mas acabou não sendo fiscalizada e praticamente nunca funcionou.
(Confira reportagem completa em ND, 04/04/2019)