Crise na Argentina preocupa setor do turismo em Florianópolis

Crise na Argentina preocupa setor do turismo em Florianópolis

Gerente de um restaurante na praia de Canasvieiras, na Capital, Flavia Monteiro, diz que os argentinos representam 60% do movimento do seu estabelecimento na alta temporada de verão. Com a expectativa de receber menos visitantes do país vizinho, por causa da crise que se instalou por lá, ela projeta contratar menos trabalhadores temporários e não descarta antecipar promoções para manter o movimento.

“Eles acabam salvando a queda no movimento após o período das festas de final de ano. Com a crise no Brasil e na Argentina, vamos tentar reduzir o preço dos pratos, o que nunca fazíamos durante o verão, mas neste ano deve ser necessário”, afirma Flavia. Uma alternativa, caso as previsões se confirmem, segundo ela, será contratar pessoal extra apenas para os finais de semana e para as festas de final de ano.  “Acho que vamos pegar apenas nos dias de maior movimento e não por toda a temporada como fazíamos antes”, avalia.

Para o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) em Santa Catarina, Raphael Dabdab, a melhor opção é investir no visitante nacional, que pode suprir a eventual falta dos turistas argentinos, além de criar outras opções de cardápio. “Rever o cardápio, lançar pratos novos com matérias-primas da estação que barateiam os custos e podem proporcionar preços atrativos para quem está com o orçamento bastante justo pode ajudar a manter o movimento”, sugere.

Inflação de 40%

A situação na Argentina está fazendo as famílias repensarem as tradicionais férias no Brasil e em especial, em Florianópolis. Com uma taxa de juros que chega a 60% e uma aterradora desvalorização de sua moeda (um dólar americano está valendo 40 pesos argentinos; enquanto um real vale 8,50 pesos), os hermanos convivem com uma inflação de 40% ao ano. Seu presidente, Mauricio Macri, tem tido dificuldades em reequilibrar a economia por falta principalmente de reservas em dinheiro e pelo alto custo da administração pública. Uma das medidas mais recentes foi recorrer aos cofres do FMI e pedir um adiantamento de US$ 3 bilhões de um empréstimo de US$ 50 bilhões. Na última temporada, 330 mil argentinos visitaram Florianópolis, número que ficou bem abaixo dos 600 mil esperados pelo setor na capital catarinense. Para 2019, a expectativa é de que esse fluxo diminua ainda mais.

(Confira Matéria completa em ND, 01/10/2018)