Descaso com pedras portuguesas representa perigo a pedestres no Centro de Florianópolis

Descaso com pedras portuguesas representa perigo a pedestres no Centro de Florianópolis

Soltas e jogadas pelo meio-fio, as pedras portuguesas no Centro de Florianópolis retratam a cultura do povo ilhéu e, atualmente, oferecem perigo aos pedestres. São dezenas de buracos provocados pela falta de manutenção do piso, no Largo da Catedral, na praça 15 de Novembro e no Calçadão da Felipe Schmidt. Na praça 15, as pedras, também conhecidas como petit-pavê, foram transformadas na década de 1960 em 47 mosaicos pelo artista plástico Hiedy Assis Corrêa, o Hassis, que reproduzem o folclore ilhéu. Em 2014, a prefeitura tombou como patrimônio histórico e artístico do município o petit-pavê. Em maio deste ano, uma manifestação política resultou na pichação de dezenas de pedras no Largo da Catedral.

A autônoma Dayana Soares, 36 anos, que quebrou o tornozelo em um buraco de rua há um ano e meio, sabe dos problemas provocados pela falta de manutenção dos pisos em áreas públicas. “Aprendi que não podemos andar distraídos em espaços públicos devido à falta de manutenção, sob a pena de sofrermos uma grave lesão. Quebrei o tornozelo em dois lugares e fiquei oito meses em casa sem trabalhar. Hoje procuro passar bem longe dos pisos irregulares e crateras”, lamentou. Em alguns pontos, as pedras foram recolocadas com cimento.

As pedras portuguesas nada mais são do que a denominação genérica do calcário, uma rocha formada pelo acúmulo de organismos mortos no fundo dos mares, e do basalto, que é uma rocha magmática de cor preta. No Brasil, os primeiros exemplares foram trazidos de Portugal no início do século 19 pelas prefeituras de Manaus (AM) e do Rio de Janeiro (RJ).

Em 1965, a Prefeitura de Florianópolis recorreu a Hassis, um dos mais importantes da Ilha, para fazer desenhos para a pavimentação dos pisos da praça 15. “Os mosaicos já passaram por duas restaurações, sendo que a primeira contou com a participação de Hassis, mas continuamos preocupadas com a manutenção da memória histórica e cultural deste nosso patrimônio”, disse a filha do artista, Leilah Corrêa Vieira.

(Confira Matéria completa em ND, 22/08/2018)