Alterações melhoram fluxo do trânsito no Centro de Florianópolis, mas aumentam infrações

Alterações melhoram fluxo do trânsito no Centro de Florianópolis, mas aumentam infrações

As alterações no trânsito para os motoristas que acessam os hospitais Baía Sul Medical Center e Caridade, na rua Menino Deus, no Centro de Florianópolis, melhoraram o fluxo de veículos, mas resultaram em aumento das infrações. Para economizar alguns minutos no retorno, que agora deve ser feito pela praça Tancredo Neves ou na Prainha, os “espertinhos” fazem a conversão proibida em três pontos na rua Silva Jardim.

Apesar de boa sinalização, o que falta é educação aos condutores e uma fiscalização mais ativa da GMF (Guarda Municipal de Florianópolis). O retorno em local proibido é uma multa gravíssima, que representa sete pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) pelo custo de R$ 293,47.

Para acessar os hospitais e um posto de combustível, os motoristas enfrentam um congestionamento diariamente. Percebendo o problema, o Baía Sul Medical Center assumiu a obra, avaliada em R$ 200 mil, que resultou no fechamento de um retorno de quem seguia no sentido da avenida Mauro Ramos até a rua Silva Jardim, além de outras alterações.

Sem este retorno, o percurso aumenta. “O fluxo melhorou bastante e não há mais registro de filas, mas para quem circula em direção à Prainha e tenta acessar os hospitais o tráfego piorou. Pior para as ambulâncias que circulam neste sentido, que precisam entrar pela contramão. Em função disso, a gente presencia muitas infrações todos os dias. O problema, na verdade, é o excesso de veículos”, disse o comerciante Luiz Carlos Pedro, 49 anos, que trabalha em um quiosque.

Durante os 40 minutos que a reportagem esteve no local, 11 veículos fizeram a conversão proibida na esquina das ruas Silva Jardim e José da Costa Moellmann. Em um dos casos, uma ambulância teve que acessar os hospitais pela contramão. Poucos metros à frente, na esquina da Silva Jardim com a rua Doutor Jorge Luz Fontes, outros seis veículos foram flagrados desrespeitando as sinalizações.

Bunizaços após o fechamento de retorno

Após o fechamento do retorno, o vendedor de tintas Ricardo Alexandre, 38 anos, não teve mais sossego. Trabalhando a poucos metros da esquina entre as ruas Silva Jardim e Doutor Jorge Luz Fontes, ele ouve buzinas de quem quer chamar a atenção dos “espertinhos do trânsito”.

No local, uma placa indica que é permitido apenas seguir em frente. “Também achava que a conversão era permitida, porque não há placa de proibição, mas não tinha reparado na outra sinalização. Depois da mudança no trânsito, a gente escuta muitos bunizaços”, contou o vendedor. Quando o motorista comete uma infração de trânsito, além de colocar a sua vida em risco, ele também arrisca a segurança dos outros condutores.

Monitoramento a distância pode ser a solução, avalia GMF

A comandante da GMF, Maryanne Mattos, confirmou a melhora no fluxo de veículos naquele trecho. Sobre a desobediência de alguns motoristas, ela informou que se trata de um problema de educação no trânsito. Além de intensificar a fiscalização, a solução pode ser o monitoramento a distância de um agente da Guarda. “Nosso principal objetivo era aumentar a vazão para os hospitais, porque o congestionamento poderia prejudicar o atendimento de urgência. Quando estamos fiscalizando, as infrações não acontecem e fica impossível estar em todas as esquinas ao mesmo tempo. Uma solução é o monitoramento a distância por um agente, que a legislação já permite a notificação”, explicou.

Maryanne informou que a SMDU (Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Planejamento e Meio Ambiente) e a Diope (Diretoria de Operação do Sistema Viário) estudam a implantação de radares para quem desrespeitar os semáforos, parar sobre a faixa de pedestres ou realizar uma conversão proibida.

O diretor do Diope, Fabrício Justino, informou que voltará ao local para buscar uma solução. Apesar de a sinalização existir em todos os trechos, Justino disse que talvez possa colocar uma placa explicando os possíveis retornos.

A assessoria de imprensa do Baía Sul informou que as obras no local foram finalizadas e do que foi acordado falta apenas subir a cancela do estacionamento do hospital. Obra que tem projeto e falta apenas ser executada.

(ND, 05/07/2018)