Turismo profissional

Turismo profissional

Do blog de Paul Alceu (15/05/2009)

Não se pode negar que o Brasil passou por uma forte turbulência atingindo em cheio o setor do turismo, principalmente naquela época do caos nos aeroportos. Para piorar vieram as quedas dos aviões da TAM e Gol, sem contar com a elevação dos índices de violências nos principais destinos. Os investidores puxaram o freio de mão. A vocação do turismo passou a ser de negócio, deixando em plano secundário o lazer, até porque o brasileiro viaja pouco dentro do seu país. Mas mesmo com o negócio em pauta muitos empreendimentos ficaram no meio do caminho. Dados da Associação Brasileira de Resorts revelam que dois anos atrás foram anunciados investimentos de R$ 5,8 bilhões no setor visando a construção de 130 resorts em 2012. Caiu para 100. Atualmente funcionam 60 em todo o país. Especialistas garantem que o Brasil ainda não é um país com vocação para o turismo de lazer. Tem discurso, mas faltam ações concretas, diferente de países como Espanha e França. A chegada do Ministério do Turismo, que não existia até 2003, foi fundamental, mas continua mantendo um descompasso entre as realizações e a realidade de mercado. Só para se ter uma idéia o Plano Nacional de Turismo previa no ano passado a entrada de 6,2 milhões de visitantes estrangeiros, chegaram cinco milhões. A verdade é que o Brasil não tem infraestrutura e vocação para o turismo de lazer, não consegue atender a demanda. Turismo não é exclusivamente obra. A importância do WTTC não se restringe a Santa Catarina, mas ao Brasil que ainda engatinha no segmento do turismo, embora demonstre potencial e capacidade de crescimento. É fundamental romper o discurso político passando para ações práticas e eficientes, mas com embasamento. A oportunidade chegou o que poderá proporcionar ao brasileiro o direito ao lazer com qualidade e profissionalismo. Como disse o governador Luiz Henrique “o turismo é a alavanca que sinaliza essa mudança para uma nova era de conhecimento, cultura e fraternidade”.