21 maio Ostras de Santa Catarina passam pelos maiores testes de qualidade do Brasil
Santa Catarina é o único Estado brasileiro que faz rigorosas análises para atestar a qualidade dos moluscos cultivados em 27 pontos do litoral. Para criar as ostras e os mexilhões, os produtores precisam de um dos selos de inspeção municipal, estadual ou federal. De acordo com o diretor de pesca, maricultura e agricultura da Prefeitura de Florianópolis, Fábio Brognoli, as inspeções são exames de laboratórios que analisam a qualidade da água e, consequentemente, do molusco. A notícia de que os produtores catarinenses não poderiam comercializar os moluscos para outros Estados, em função do atraso em uma licitação da Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), trouxe preocupação para alguns consumidores.
Durante a última semana, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) proibiu a emissão de selos de inspeção federal para a comercialização dos moluscos para outros Estados, de 11 a 18 de maio. O problema, segundo a Cidasc, foi que uma licitação para a contratação do laboratório deu deserta, quando não aparecem interessados.
No mesmo dia da proibição, o contrato com o laboratório já havia sido assinado e as amostras começaram a ser coletadas no dia 14. “O que aconteceu foi uma falta de comunicação entre a Cidasc e o Mapa, porque as ostras produzidas em Santa Catarina têm alta qualidade e as análises sempre confirmaram o nosso padrão de excelência. Cada produtor precisa contratar um laboratório próprio, que confronta as análises dos exames feitos pelo município e pelo Estado, que também responde pelo selo federal. Somos o único Estado a realizar as análises desta maneira”, afirmou Brognoli.
As análises de laboratório avaliam a presença de toxinas, também conhecida como maré vermelha, e microbiológicas. Santa Catarina é responsável por 95% da produção de ostras e mexilhões do Brasil. Com 604 maricultores espalhados ao longo de 12 municípios do litoral catarinense, o número de trabalhadores envolvidos diretamente na cadeia produtiva de moluscos é de 2.185 pessoas.
Proibição deixou consumidores preocupados
A notícia da proibição da comercialização de ostras catarinenses para outros Estados, por uma semana, reduziu o consumo do molusco no Freguesia Oyster Bar, em Santo Antônio de Lisboa. A empresária Carla Cabral da Costa, proprietária do restaurante, acredita que o número de pedidos caiu cerca de 40% na última semana. “Muitos clientes perguntaram sobre a proibição e a qualidade da ostra. Alguns consumidores estão desconfiados e preferiram pedir outros pratos, mas a ostra não sofreu proibição em função da sua qualidade. O problema foi a falta da análise para os produtores com o selo federal, que resultou um prejuízo para toda a cadeia produtiva”, esclareceu.
Carla comercializa 30 tipos de pratos com ostras. Tem opção para todos os bolsos. Com apenas R$ 10, o cliente pode se deliciar com um pastel do molusco. Para quem pode gastar um pouco mais, a sugestão é a sequência de ostras pelo preço de R$ 150, que reúne dez pratos para duas pessoas.
Em Sambaqui, no Restaurante Delícias do Mar, o cliente pode saborear uma dúzia de ostras ao bafo por R$ 22 e gratinada por R$ 40. Na opinião do comerciante Vladimir Campos Gomes, o consumo vem aumentando nos últimos anos. “Hoje, a cada dez pratos, cinco são de ostras. Por ser um alimento leve e saudável, cada vez ganha mais adeptos”, comentou.
Família Stadler está dividida entre gratinada, ao bafo ou “in natura”
O empresário do ramo de turismo Kid Stadler realizou o desejo da mulher Kita ontem. Ao lado do filho Guilherme, a família saboreou o molusco mais cobiçado do Brasil no restaurante Freguesia Oyster Bar. Para agradar o desejo de diferentes paladares, a solução foi pedir uma sequência de ostras.
Enquanto Kita prefere a ostra “in natura”, o empresário gosta ao bafo e o filho gratinada. “Experimentamos ostra pela primeira vez há 18 anos, quando havia aquela brincadeira de ela ser afrodisíaca. Desde então, aprendi a gostar da ostra e sempre que posso tento incluí-la no meu cardápio. Além disso, é rica em nutrientes”, afirmou Kita.
(ND, 20/05/2018)