11 maio WTTC: Por que o Nordeste leva a melhor
Apesar das belezas naturais de Santa Catarina, o Estado perde muitos investimentos estrangeiros para o Nordeste brasileiro. Segundo especialistas do trade turístico nacional, o peso político é maior naquela região, que opera de forma integrada na captação de novos projetos, enquanto falta ao Sul integração e poder político para disputar os investimentos.
Segundo a presidente da Associação Brasileira de Guias de Turismo (ABGTUR), Ivete Fagundes, na região Sul os políticos não tem a visão voltada para a área turística.
– No Nordeste, a impressão que se tem é que eles sabem melhor o caminho para conseguir atrair os investimentos. Isso porque, em termos de atrativos naturais, Santa Catarina não tem a perder na comparação com as cidades turísticas do Nordeste. Pelo contrário, no Estado há mais equipamentos turísticos e mais variedade cultural – explica ela.
Para o presidente da Associação Brasileira de Agentes de Viagem (Abav/SC), Eduardo Loch, o fato de Florianópolis atrair o Congresso Mundial de Viagem e Turismo já foi um diferencial do Estado em relação ao Nordeste.
– Mas no Sul, Santa Catarina trabalha sozinha na atração de investimentos. No Paraná, o trabalho do setor é pequeno e, no Rio Grande do Sul, se limita à Serra Gaúcha. No Nordeste, a integração é maior e o poder de convencimento, por consequência, também – avalia Loch.
A proximidade com os mercados da Europa e dos EUA é outra justificativa para a preferência dos investidores internacionais pelo Nordeste, conforme o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/SC), João Eduardo Moritz.
– O tempo de viagem de Miami a Natal (RN) é quase o mesmo que de Natal até o Sul. Portanto, para vir para cá o turista dos Estados Unidos gasta o dobro do tempo e da distância.
A presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc/SC), Maria Lúcia Camargo Silva, por sua vez, diz que, no segmento de captação de turismo de negócios, SC está melhor colocada do que o Nordeste. Tem mais centros de convenções e só perde para São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre no ranking das melhores cidades para receber eventos.
– Mas isso é diferente de atração de investimentos no turismo de lazer.
(DC, 11/05/2009)