Indios querem espaço para trabalhar em Florianópolis

Indios querem espaço para trabalhar em Florianópolis

300 índios, todos Caingangues, vivem em total abandono no Terminal do Saco dos Limões, em Florianópolis. São 200 crianças e 100 adultos vivendo de forma precária no espaço, com dois chuveiros aquecidos, sem água potável, péssimas condições de higiene e dormindo em barracas disponibilizadas pela Defesa Civil e colchões emprestados pela Funai.

Todos os anos os índios chegam na temporada de verão para vender seus artesanatos e um dos líderes, Adeçir Farias, explica que antes eles ficavam na rua ou alugavam algum espaço, mas de dois anos pra cá, pedem à Prefeitura, Ministério Público e Funai, a definição de um ponto regular para trabalhar.

“Todos os anos a gente volta para as nossas aldeias quando acaba a temporada, mas esse ano será diferente. Nós não vamos embora até que seja resolvida essa questão ” – afirmou o líder.

As 40 famílias indigenas são de 3 grupos da mesma tribo, que vieram de Benjamin Constant, no Rio Grande do Sul, e também do Paraná e Chapecó. Eles vendem seus artesantos nas praias e nos semáforos da cidade.

Adeçir explica que é costume dos índios trabalhar com as crianças e que vivem o proconceito da população. “ Acham que estamos explorando nossas crianças. É costume nosso trabalhar com eles. O Conselho Tutelar veio aqui e quer que nossas crianças vão para a escola, mas eles estudam nas nossas cidades e trazem lição de casa, que os professores pedem, e fazem quando não estão trabalhando. Só que a gente vai ficar até ter onde trabalhar”.

Mesmo nessas condições, o dia do Índio será comemorado pelos Caingangues, mas não no dia 19. A festa será no próximo domingo (22), dia de folga para eles, no Terminal do Saco dos Limões.

(OCP News, 18/04/2018)