De 13 Centros de Inovação prometidos pelo governo estadual, somente um foi entregue

De 13 Centros de Inovação prometidos pelo governo estadual, somente um foi entregue

Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 30/01/2018)

A ideia é boa. Fazer 13 centros de inovação vocacionados pelo Estado com incubadoras, dando impulso ao desenvolvimento do interior ao unir setores produtivo e acadêmico. O governo catarinense planejou e começou a executar as unidades em 2014. O problema é que até agora só uma foi entregue, a de Lages. Outras não tiveram a construção iniciada ou estão com as obras atrasadas. As de Florianópolis, Joinville, Rio do Sul e Criciúma sequer têm definição da fonte de recursos.

Um percalço se repete em muitos casos: o projeto precisou passar por alterações, aumentando os custos, fazendo a obra parar e até provocando o abandono por parte das construtoras, como ocorreu em Joaçaba e em Tubarão, onde as empresas rescindiram os contratos.

Em Blumenau, por exemplo, havia um declive no terreno doado pela Furb, o que demandou mudanças enquanto a obra já corria. Parou por dois meses, acabou precisando de um aditivo de R$ 325 mil. O centro, que deveria ter ficado pronto no primeiro semestre de 2017, só sairá, estima o vice-reitor da Furb, Udo Schroeder, no final deste ano. A universidade é responsável por administrar a execução da obra.

O custo adicional até aqui não chega a ser tão escandaloso quanto os atrasos, são cifras pequenas quando comparadas com o total investido, que é de R$ 50 milhões. Em Chapecó foi de R$ 800 mil, e em Itajaí, de R$ 1 milhão, por exemplo. De toda forma, é dinheiro público.

A secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS) admite ter havido problemas nos projetos e diz que, com o abandono das construtoras, é necessário fazer uma nova licitação, o que leva tempo. Também afirma que os projetos foram “inspirados” em um de Barcelona. Ninguém da IDP, empresa responsável pelos projetos, foi encontrada para comentar.

Por meio de nota, a SDS ainda alega que “o que acontece de maneira muito comum e de conhecimento geral é que a maioria das empresas (construtoras) muitas vezes concede um percentual de desconto significativo sobre o preço base, e depois busca inúmeras formas de conquistar aditivos, na tentativa de recuperar suas margens”.