11 dez Museu do Lixo em Florianópolis reaproveita objetos e reconta histórias
Um museu em Florianópolis tem a missão de resgatar o que muita gente acha que não tem mais valor. O Museu do Lixo da Comcap, empresa responsável por recolher tudo que é descartado na capital, tem essa proposta e traz curiosidades. O espaço existe desde 2003 e era um antigo sonho dos funcionários.
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“Nós trabalhamos na verdade pautados nos três r’s: reduzir, reaproveitar e, aí sim, reciclar. Então elas vêm aqui e percebem quanta coisa tem potencial e quanta coisa poderia estar indo para reciclagem ou coisas que poderiam estar sendo usadas em casa, ou mesmo mostrar isso, que às vezes se consome demais e às vezes não precisaria”, disse Daiana Bastezini, gerente de Educação Ambiental da Comcap.
As câmeras fotográficas tem lugar especial no museu. Uma delas, por exemplo, foi fabricada em 1938. Há também aparelhos antigos de TV que ficam expostos na prateleira do museu, assim como máquinas registradoras e de escrever, celulares, aspirador de pó, brinquedos e até uma cadeira de dentista antiga.
O prédio também abriga uma biblioteca que tem quase três mil títulos nas prateleiras, variedade difícil de encontrar em muitos lugares especializados em literatura, e discos de vinil. O espaço acaba sendo um local de nostalgia e de alerta sobre o que as pessoas costumam descartar irregularmente.
“Essa nostalgia… isso me causa, e eu tenho certeza que causa entre os mais velhos, sentem o mesmo sentimento que nós temos, mas é sobretudo mostrar como se descarta irregularmente aquilo que não nos serve mais. Para a cidade, é mostrar um pouco da história. Não da cidade, mas de como viviam as pessoas”, disse Carlos Alberto Martins, presidente da Comcap.
Para Daiana, o museu também pode levar à reflexão sobre desperdício e consumismo exagerado. Faz repensar também esse consumo nosso, né. Por exemplo, brinquedos: as crianças vêm aqui e ficam impressionadas com a quantidade de brinquedos que tem que é descartada. É até uma forma de a gente repensar Natal, tudo isso. O brinquedo que ainda tem o potencial, se não me cabe, de repente para outra criança. E de repente acaba indo pro lixo, né?”, disse.
(G1, 09/12/2017)