Epagri vai reunir produtores para discutir qualidade da maricultura

Epagri vai reunir produtores para discutir qualidade da maricultura

A Epagri realiza nesta sexta-feira (24), um workshop sobre Saneamento Básico e Maricultura. O evento acontece na sede da empresa, em Florianópolis. A intenção é aproximar os gestores da maricultura do setor que cuida da coleta e tratamento da água para chegar a um cenário ideal de manejo de áreas de cultivo, similar ao que ocorre em outros países que produzem moluscos. Outra questão a ser discutida será a destinação dos resíduos sólidos – conchas – gerados pela atividade.

“A intenção é que os moluscos se tornem uma espécie de cartão de visitas do Estado, atestando que as áreas onde existem criações têm boas condições de saneamento”, explica Felipe Matarazzo Suplicy, pesquisador do Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca da Epagri (Epagri/Cedap) e um dos organizadores do workshop. O evento tem como público-alvo maricultores, técnicos, estudantes e gestores públicos da maricultura em Santa Catarina. A participação é gratuita e não requer inscrições antecipadas, basta chegar no local antes do início da programação, marcada para as 9 horas.

A Cidasc monitora quinzenalmente 26 pontos do Litoral catarinense para avaliar a qualidade da água no que se refere ao consumo dos alimentos produzidos nesses espaços. A intenção da Epagri é criar para os próximos anos um processo de classificação das áreas conforme a quantidade de resíduos presentes, além de permitir a rastreabilidade dos produtos da maricultura catarinense.

Felipe explica que cada molusco filtra 20 litros de água do mar por hora em busca de alimentos. Bactérias, vírus e algas são ingeridos por esses animais e os resíduos ficam acumulados em seus intestinos. Águas poluídas podem resultar em grande acúmulo de resíduos nos moluscos, que, quando consumidos por humanos, podem causar desde gastroenterites até doenças mais graves. Felipe lembra que o recente surto de toxina paralisante que interditou o consumo dos moluscos em parte do Litoral catarinense não está relacionado com a questão de saneamento.

Na programação do evento, que vai das 9h às 17h, estão previstas palestras sobre diversos temas, entre eles avaliação da concentração de coliformes fecais e presença de salmonela e vírus entéricos nas áreas de cultivo de moluscos em Santa Catarina. Também serão apresentadas a situação atual e perspectivas das redes coletoras de esgotos na Grande Florianópolis, Palhoça, Bobinhas, Porto Belo, Penha e São Francisco do Sul. O evento se encerra com um debate sobre desafios e oportunidades geradas pela cooperação entre as operadoras de saneamento, gestores e produtores da maricultura catarinense.

(Adjori, 20/11/2017)