Após restauração, 40% das peças da ponte Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, serão novas

Após restauração, 40% das peças da ponte Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, serão novas

A restauração da ponte Hercílio Luz trocará 40% das peças da estrutura inaugurada em 1926. Das cinco mil toneladas do peso total da ponte, duas mil toneladas serão trocadas por peças novas. Da parte visível à população, as torres do vão central e dos viadutos e as treliças são as peças que permanecerão após o fim da recuperação prevista para dezembro de 2018. Além doa artefatos construídos na Usiminas, em Minas Gerais, a ponte recebeu partes que foram produzidas na Espanha e na Itália. O processo de transferência de carga para a troca das 360 barras de olhal está confirmado para a primeira semana de outubro. Fechada totalmente desde 1991, a ponte será pintada de cinza.

A regra para a troca das peças partiu da avaliação de um instrumento denominado paquímetro, que serve para medição das espessuras. “Se mais de 10% da seção da peça corroeu, a gente tem duas alternativas. Ou faz um reforço, colocando uma chapa, ou troca a peça. Antes do reforço, colocamos os dados no programa e confirmamos a viabilidade, caso contrário a peça será trocada. Foi o que aconteceu em uma peça de suporte das treliças, que precisou ser trocada”, explicou o fiscal da obra de restauração do Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura), engenheiro Wenceslau Diotallevy.

Para evitar o desgaste natural da estrutura sobre o vão central, os engenheiros da empresa portuguesa Teixeira Duarte realizaram uma mudança e retiraram as emendas. Não há mais junção por cantoneiras nesse local, para evitar a corrosão. Assim, as transversinas vieram soldadas para evitar a umidade e a entrada de oxigênio, mas as ligações das peças continuam sendo por meio do rebite como no projeto original.

As peças que estão sendo retiradas têm três destinos. Os pequenos pedaços e as mais desgastadas são encaminhados para leilão. “Estamos preparando o segundo leilão. Além disso, a FCC [Fundação Catarinense de Cultura] aproveitará as peças para construir um memorial nos acessos à ponte e o Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] determinou que o Deinfra guardasse um exemplar de cada peça trocada para a preservação da história”, contou o engenheiro. A restauração da ponte custou, até agora, R$ 273 milhões.

(Veja Matéria completa em Notícias do Dia, 23/09/2017)