21 ago Transporte público pode orientar uso e ocupação do solo
O superintendente de desenvolvimento da região metropolitana da Grande Florianópolis Cassio Taniguchi apresentou nesta sexta-feira, 18, exemplos de cidades brasileiras onde o planejamento urbano contemplou a implantação de uma rede de transporte coletivo como instrumento para orientar o uso e a ocupação do solo. A palestra ocorreu durante seminário Diálogo Internacional sobre Planejamento Urbano e Gestão de Riscos, organizado pela Secretaria de Estado do Planejamento, na Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis (Granfpolis).
Taniguchi mostrou que, em Curitiba, criou-se um eixo de transporte público que estimulou o desenvolvimento da área industrial e restringiu a ocupação de regiões rurais e de preservação ambiental. “O zoneamento urbano tem que privilegiar usos mistos, com diferentes rendas, áreas de moradia, lazer, trabalho e serviços”, destacou superintendente de desenvolvimento da região metropolitana da Grande Florianópolis Cassio Taniguchi.
A região metropolitana da Grande Florianópolis apresenta uma ocupação fragmentada e dispersa ao longo das rodovias, onde a maioria dos empregos está na Ilha de Santa Catarina, enquanto maior parte da população mora na área continental. O movimento pendular assemelha-se à Brasília, onde os postos de trabalho concentram-se no plano piloto e 88% das pessoas habitam fora desse núcleo.
Na Grande Florianópolis, 50% dos deslocamentos ocorrem com veículos individuais conforme pesquisa do Plamus. “Florianópolis foi pensada em torno do automóvel. A única saída é investir no transporte público, dando prioridade aos ônibus, condições aos pedestres e ciclistas. Além disso é preciso estimular o desenvolvimento da região continental, com criação de empregos”, acrescentou Taniguchi.
Projeto Gides
O evento técnico realizado nessa sexta-feira, 18, faz parte do Projeto de Fortalecimento da Estratégia nacional para a Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais (Gides), resultado do acordo de cooperação internacional entre Governo do Japão, Ministério das Cidades, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Ministério da Integração Nacional e o Serviço Geológico do Brasil, por intermédio da Agência Brasileira de Cooperação e da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).
O objetivo do Gides é desenvolver e implementar ações voltadas ao “Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos de Desastres Naturais”. A equipe da JICA vai lançar, este ano, manuais de prevenção, mitigação e reabilitação de riscos, elaborados a partir de informações dos municípios de Blumenau (SC), Nova Friburgo (RJ) e Petrópolis (RJ).
Entre as apresentações, Yoshiro Kumazawa, do Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo do Japão falou sobre autorização para urbanização em áreas de riscos geológicos e a necessidade de intervenções em caso de movimento de massas. No Japão, são avaliadas as áreas de risco e delimitadas aquelas que não devem ter edificações; no caso de regiões ocupadas são definidas ações para mitigar os riscos, como reforço das residências.
O alerta para fenômenos naturais é de duas horas de antecedência e a evacuação da população é avaliada conforme a gravidade do evento climático pelos municípios japoneses.
Participaram do seminário representantes dos ministérios das Cidades e da Agricultura, da Secretaria de Estado do Planejamento, Secretaria de Estado da Defesa Civil, das prefeituras de Blumenau, São José, Biguaçu, Brusque, Tijucas, São João Batista, Garopaba e Santo Amaro da Imperatriz, além de Udesc, UFSC, Granfpolis e Movimento Nós Podemos.
(sc.gov.br, 18/08/2017)